
Previsto para começar às 13h desta sexta-feira (19) a audiência e o julgamento de Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "gatinha da Cracolândia", de 19 anos. Ela será ouvida pela primeira vez, por videoconferência, devido à pandemia de Covid-19. As informações foram confirmadas pela advogada Patrícia Carvalho, que passou a representar a suspeita.
Ainda nesta semana, a Justiça de São Paulo aceitou as denúncias do Ministério Público e tornou Lorraine ré em três processos, dois deles por tráfico de drogas e um por associação criminosa.
Em setembro, o então advogado José Almir entrou com pedido de prisão domiciliar, que foi indeferido.
Desde 27 de agosto a traficante está no Centro de Detenção Provisória (CDP) Feminino de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o processo tramita em segredo, por isso outras informações não serão divulgadas.
O caso
A Polícia Civil prendeu a traficante Lorraine Cutier Bauer Romeiro em Barueri, na Grande São Paulo, em uma das ações da segunda fase da Operação Carontes. Os investigadores, que tinham um mandado de prisão temporária de Lorraine, encontraram a mulher na casa do companheiro.
De acordo com o delegado da Seccional Centro, Roberto Monteiro, Lorraine estava em prisão domiciliar. O benefício havia sido concedido porque ela tem uma filha pequena, com menos de 1 ano.
A traficante foi capturada, em um endereço que não havia sido divulgado antecipadamente à Justiça, e presa em flagrante por tráfico de drogas, segundo o delegado.
Imagens que constam do relatório da Polícia Civil revelam que Lorraine foi flagrada na Cracolândia ao comercializar crack. Nas fotos, ela aparece dentro de uma tenda ao lado do namorado, conhecido como Japonês, que também está preso.
As tendas são usadas pelos traficantes para esconder as mesas em que é vendido todo tipo de entorpecente, além de dificultar o flagrante dos policiais e da própria imprensa.
Há pelo menos quatro meses a Polícia Civil acompanhava as atividades de Lorraine, que é considerada uma das chefes do tráfico na Cracolândia. Ela costumava ocultar a identidade, usando casacos e máscaras para cobrir o rosto e o longo cabelo loiro.
Prisão
Durante a prisão, Lorraine admitiu o envolvimento com o tráfico e indicou o local onde armazenava as drogas – os entorpecentes foram encontrados em um prédio em situação de abandono próximo ao Hotel Avaré, na rua Helvétia, no centro da capital.
Foram apreendidas 85 porções de maconha, 295 de cocaína, oito de crack, 97 frascos de lança-perfume e 16 comprimidos de ecstasy, R$ 750, uma balança de precisão, uma faca, um machado, um celular e a bolsa onde estavam os materiais.
A gatinha da Cracolândia foi encaminhada ao 77° Distrito Policial, na Santa Cecília, onde prestou depoimento. Em seguida, foi transferida para a carceragem do 89° DP, no Portal do Morumbi.
Lorraine exibia uma vida luxuosa nas redes sociais, com viagens a Angra dos Reis, carros, motos e lanchas. A traficante tinha mais de 36 mil seguidores na conta do Instagram, que foi tirada do ar.