Aos 65 anos, Sérgio de Paula chega ao ponto mais alto de uma trajetória marcada pela influência nos bastidores da política sul-mato-grossense. Após décadas articulando alianças, orientando decisões estratégicas e ajudando a moldar os rumos do Estado, o veterano será o novo conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) — posto que o coloca como fiscal da boa aplicação dos recursos públicos.
Natural de Andradina (SP) e formado em Ciências Contábeis, Sérgio construiu reputação como um dos articuladores mais discretos e influentes do Estado. Sua longa parceria com o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) foi determinante para a consolidação do grupo político que comandou MS entre 2015 e 2022.
Também foi ele quem ajudou a projetar a carreira de Eduardo Riedel, atual governador. Desde o início da aproximação, Sérgio teve papel essencial na construção da imagem administrativa e política de Riedel, contribuindo diretamente para sua vitória eleitoral em 2022. Sua marca raramente aparece, mas é reconhecida nos bastidores como peça-chave nas principais engrenagens do poder estadual.
Com quase 30 anos de atuação no serviço público, Sérgio acumulou cargos estratégicos: foi secretário da Casa Civil de 2015 a 2023, comandou o Escritório de Relação Institucional de MS em Brasília entre 2023 e 2024 e atualmente é assessor da presidência da Sanesul. Antes disso, trabalhou na Assembleia Legislativa, na Assomasul e na Prefeitura de Dourados.
A carreira começou ainda jovem, em Andradina, em uma loja de materiais de construção e, depois, no Banco Real — onde permaneceu por 16 anos e chegou a gerente sênior. A experiência prática, somada à formação técnica, definiu seu estilo de gestão. Sérgio reúne pós-graduações em Contabilidade Governamental, Auditoria no Setor Público e um MBA em Gestão Pública, além de cursos especializados voltados à gestão e administração pública.
A indicação ao TCE-MS representa o encerramento de um ciclo de mais de quatro décadas dedicadas à articulação política e marca o início de outro: o do controle e julgamento das contas públicas. Para quem sempre evitou os holofotes, a chegada à Corte é vista como reconhecimento ao trabalho silencioso e à confiança conquistada ao longo dos anos.
Agora, o estrategista de carreira assume o papel de guardião da legalidade, levando ao Tribunal a experiência de quem conhece profundamente o funcionamento da máquina estatal sul-mato-grossense.



