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Domingo, 22 de dezembro de 2024

PDT oficializa candidatura de Ciro Gomes à Presidência

Confirmação ocorreu durante convenção do partido em Brasília; candidato afirmou querer uma mulher como vice

20 de jul 2022 - 19h:53 Créditos: CNN Brasil
Crédito: Divulgação/PDT

O PDT homologou, nesta quarta-feira (20), por unanimidade a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à Presidência. A oficialização ocorreu durante a convenção nacional da legenda, em Brasília.

Ciro é o primeiro pré-candidato ao Palácio do Planalto a ter a candidatura oficializada pelo partido. Ele disputará as eleições presidenciais pela quarta vez. Nas outras três (1998, 2002 e 2018), não conseguiu chegar ao segundo turno.

Apesar da confirmação da candidatura, o ex-ministro ainda não anunciou quem será seu candidato a vice-presidente. Em seu discurso, Ciro afirmou querer uma mulher na vaga.

“Adianto que, no depender de mim, será uma mulher, porque sempre respeitei as mulheres e as tive sempre como companheiras inseparáveis na minha luta”, afirmou o ex-ministro. (…) Nos últimos dias, se intensificaram nossos diálogos com forças democráticas insatisfeitas com a polarização que ameaça o país. O ritmo deve se acelerar nas próximas duas semanas”, disse Ciro.

O ex-ministro afirmou que há conversas com União Brasil e PSD para compor a chapa. Ele ainda chamou o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, de “amigo”. Na terça-feira (19), o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que tentará “até a última hora” formar uma aliança para ter um vice de fora do partido. Lupi também fez acenos aos partidos citados por Ciro e pediu uma união em torno da candidatura do seu partido.

Caso um acordo não seja fechado até o dia 5 de agosto – data limite das convenções partidárias – o PDT avalia ter uma chapa puro-sangue, como aconteceu em 2018 com Ciro e a senadora Kátia Abreu, então no partido. Algumas das cotadas à candidatura a vice-presidente são a senadora Leila Barros (DF) e a ex-reitora da Universidade de São Paulo (USP) Suely Vieira.

Leila Barros é pré-candidata ao governo do Distrito Federal e foi uma das mais aplaudidas no evento. Ela chegou a ser sondada para ser vice do ex-ministro. No entanto, segundo interlocutores, Barros pretende focar na campanha ao Palácio do Buriti.

Ciro entrou no palco acompanhado da sua esposa, Giselle Bezerra, e começou a discursar por volta das 17h05. Ele saudou os candidatos estaduais do PDT e falou sobre a própria trajetória pessoal e política. Ao longo do discurso, porém, um dos principais alvos foi a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O Brasil vive a pior crise da sua história e dois dos principais responsáveis por ela estimulam uma polarização vulgar, personalista e odienta, um alimentando o outro, um agredindo moralmente o outro, reduzindo tudo a uma trágica e ridícula disputa pessoal”, afirmou o ex-ministro. “Reduzir o debate a um embate pessoal é aumentar o clima de violência que divide o país”, complementou.

A intenção do pedetista é se apresentar como uma terceira via para romper a polarização entre os dois líderes da corrida ao Planalto, Bolsonaro e Lula. Ciro tem aparecido em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas sem se firmar na casa de dois dígitos, considerada a margem de erro

“[A polarização atual] não produz diagnósticos e soluções, apenas xingamentos morais e ideológicos”, disse durante o discurso. Ele apontou que Lula e Bolsonaro querem transformar a eleição presidencial “na mais vazia de debates e de confronto de ideias de todos os tempos”.

Ao ser questionado, em entrevista coletiva após a convenção do PDT, sobre quem apoiará num eventual segundo turno entre o atual presidente e o petista, Ciro disse acreditar que estará no segundo turno.

Para tentar furar a polarização, a campanha do pedetista deve passar a utilizar o lema “Prefiro Ciro” na tentativa de deslanchar a candidatura e evitar o chamado voto útil em Lula por parte dos eleitores que rejeitam Bolsonaro. Há alguns meses, a campanha chegou a apresentar o slogan “Rebeldia da Esperança”.

Ciro apresentou “Plano Nacional de Desenvolvimento”

O ex-ministro disse querer “unir o país em torno de um novo projeto e não em torno da minha pessoa”. Em termos econômicos, pediu um Estado “capaz de estimular a formação de uma forte poupança nacional, de desenvolver novas tecnologias e, muito especialmente, capacitar as pessoas pela educação”.

Ele apresentou as diretrizes do seu programa de governo, chamado por ele de Plano Nacional de Desenvolvimento. “O Estado voltará a ter estratégias de desenvolvimento e irá conduzi-las através de maciços investimentos em infraestrutura e em áreas sociais, livrando-se da ilusão de que nosso crescimento virá somente de investimentos privados ou estrangeiros”, afirmou o presidenciável.

Quanto à Petrobras, Ciro declarou ser prioridade “salvá-la da pirataria da privatização e acabar, logo no primeiro dia de governo, com a sua salafrária política de preços”, referindo-se à política de paridade internacional (PPI) de preços adotada pela estatal.

O pedetista também declarou que irá “resolver o endividamento de 66 milhões de brasileiras e brasileiros que estão com nome sujo no SPC [Serviço de proteção ao crédito] e no Serasa, renegociando suas dívidas com abatimento e parcelamento a juros baixos”.

Além disso, disse que, caso eleito, revogará o teto de gastos. Apesar dos estímulos econômicos, Ciro afirmou que seu plano “busca e garantia de um equilíbrio fiscal vigoroso”.

Convenções partidárias começam nesta quarta

O partido do ex-ministro puxa a lista das convenções para escolher e oficializar candidaturas para as eleições de outubro. Elas se iniciam nesta quarta (20) e vão até o dia 5 de agosto.

Na quinta-feira (21) está marcada a convenção do PT, que oficializará a candidatura do ex-presidente Lula, em São Paulo; no sábado (23), está marcada a convenção do Avante, em Belo Horizonte, que tem como pré-candidato o deputado federal André Janones; no domingo (24), o PL confirmará a candidatura a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro.

Além desses, Leonardo Péricles (UP) deve ser oficializado também no dia 24; Simone Tebet (MDB), no dia 27; Felipe d’Ávila (Novo), Pablo Marçal (Pros) e Sofia Manzano (PCB), no dia 30; Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC), no dia 31; e Luciano Bivar (União Brasil), em 5 de agosto.

Debate

A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

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