
Um levantamento realizado pelo Ministério Público de Contas do Maranhão (MPC-MA) identificou que o servidor Gilson Pereira Costa acumula, de forma irregular, sete cargos em prefeituras do Maranhão e recebe R$ 15.546,00 por mês. A soma das cargas horárias declaradas chega a 156 horas por semana.
Após constatar a irregularidade, o MPC-MA acionou o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) para investigar o caso e adotar medidas contra possíveis prejuízos ao erário.
A investigação aponta que o nome de Gilson Pereira Costa consta nas folhas de pagamento de sete municípios maranhenses:
- Amapá do Maranhão
- Centro Novo
- Godofredo Viana
- Junco do Maranhão
- Presidente Médici
- Santa Rita
- Turilândia
Os cargos ocupados são variados, entre comissionados, contratados e efetivos:
- Chefe de Seção Administrativa (Amapá do Maranhão, 40h semanais)
- Assessor Administrativo (Centro Novo, sem jornada definida)
- Assessor Técnico I (Godofredo Viana, 40h semanais)
- Técnico em Informática (Junco do Maranhão, 20h semanais)
- Assessor Especial (Presidente Médici, 36h semanais)
- Agente Administrativo (Santa Rita, 20h semanais)
- Coordenador (Turilândia, sem jornada especificada)
Ainda segundo relatório do MPC, a soma das cargas horárias declaradas chega a 156 horas por semana, quase o total de horas disponíveis em sete dias (168 horas). O documento também destaca a distância entre os municípios, que em alguns casos chega a quase 500 quilômetros, o que inviabiliza o comparecimento presencial para o cumprimento das funções.
Falhas na transparência
A investigação do MPC também identificou problemas na divulgação das informações pelas prefeituras. Em Amapá do Maranhão, Presidente Médici e Godofredo Viana, as folhas de pagamento estavam desatualizadas. Já em Santa Rita e Turilândia, o nome do servidor não aparecia nos registros de junho deste ano, embora constasse no sistema do TCE. Apenas Centro Novo e Junco do Maranhão apresentaram registros atualizados confirmando a presença de Gilson nas folhas de pagamento.
Medidas solicitadas pelo MPC
Diante das irregularidades, o Ministério Público de Contas, por meio de representação assinada pelo procurador Jairo Cavalcanti Vieira, solicitou:
- Suspensão imediata dos pagamentos: até que seja comprovada a frequência do servidor nos cargos;
- Tomada de Contas Especial: para apurar os valores recebidos indevidamente, aplicar multas e determinar a devolução dos recursos;
- Notificação às prefeituras: os sete municípios envolvidos foram acionados para prestar esclarecimentos e adotar providências.
A conselheira Flávia Gonzalez Leite, do TCE-MA, analisou a representação do MPC e, com base no Regimento Interno do tribunal, que prevê julgamento conjunto de processos relacionados a diferentes municípios, encaminhou o caso ao conselheiro Osmário Freire Guimarães. Ele é o relator das contas de Turilândia, cidade com a maior população entre as que contrataram o servidor.
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