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Segunda, 09 de junho de 2025

Dólar fecha em queda, a R$ 5,10, no menor valor desde julho; bolsa opera com perdas

Moeda encerrou o dia com desvalorização de 0,70%, enquanto o principal índice da B3 trabalhava em queda de 0,57%, aos 112.241,36 pontos, por volta das 17h

21 de fev 2022 - 17h:28 Créditos: CNN
Crédito: CNN

O dólar fechou em queda de 0,70%, nesta segunda-feira (21), cotado a R$ 5,105, no menor valor desde 29 de julho do ano passado (R$ 5,079).

A moeda brasileira ostentou o melhor desempenho global nesta segunda-feira, beneficiada pela contínua rotação de fluxos em prol de mercados de juros mais altos – caso do Brasil -, num movimento aparentemente inabalado pela crise geopolítica que envolve a Rússia, já que, até o fechamento das negociações da moeda, o cenário era de redução das tensões.

Por volta das 17h, horário de Brasília o Ibovespa caía 0,57%, aos 112.241,36 pontos, em um dia de volatilidade. O índice é favorecido pela alta de ações de commodities na esteira de avanços do petróleo e do minério de ferro, mas a queda de ações do varejo – com destaque à Americanas (AMER3) após os sites de e-commerce da empresa saírem do ar – e de bancos.

Vale destacar que esta é uma sessão de baixa liquidez, pois as bolsas de Wall Street estão fechadas devido a feriado nos Estados Unidos.

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Na semana anterior, o dólar fechou em queda de 1,93%, a sexta semana seguida em 2022. Já o Ibovespa caiu 0,6%.

Exterior

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu duas áreas separatistas da Ucrânia. O anúncio foi feito através de um pronunciamento televisionado na tarde desta segunda-feira (21).

“Considero necessário tomar uma decisão muito atrasada: reconhecer imediatamente a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk”, disse Putin.

O presidente russo pediu à Assembleia Federal que apoie a decisão e, em seguida, ratifique os tratados de amizade e assistência mútua com ambas as repúblicas.

“E daqueles que tomaram e detêm o poder em Kiev, exigimos o fim imediato das hostilidades. Caso contrário, toda a responsabilidade pela possível continuação do derramamento de sangue será inteiramente da consciência do regime que governa o território da Ucrânia”, continuou ele.

A possibilidade maior de invasão da Ucrânia pela Rússia – com uma resposta dos Estados Unidos e aliados – aumentaria a aversão a riscos dos investidores e leva à busca pelo dólar.

O cenário ainda não superou os benefícios para o real e para o Ibovespa de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, com o Brasil beneficiado. E também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve.

O ciclo está ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que leva a altas nos preços. Por outro lado, intervenções do governo chinês no mercado têm levado a quedas recentes.

No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia fazem os preços subirem, já acima dos US$ 90.

Outro fator que pesa nesse movimento é a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos já no mês de março, de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, reforçada por dados de inflação levemente acima do esperado. Com isso, investidores estrangeiros têm saído do mercado de ações norte-americano.

Com a inflação americana batendo recorde em quatro décadas, o Fed vem dando indicações mais duras aos mercados, mas a ata da última reunião do banco não deixou claro o tamanho e ritmo do aperto que o banco central americano fará, indicando que as decisões ocorrerão a cada reunião pelo contexto econômico.

Qualquer alta de juros no país pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americano ainda mais atrativos para os investidores, pressionando negativamente o real.

Brasil

No radar dos investidores também está a chamada PEC dos Combustíveis, que permitiria a suspensão de impostos para esses produtos. Representando um possível descontrole de gastos, o tema tem potencial para afetar negativamente o real e o Ibovespa.

Duas PECs já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, com cálculos de perda de arrecadação indo de R$ 18 bilhões até R$ 100 bilhões dependendo do conteúdo, mas o foco no momento são dois projetos de lei sobre o tema que podem ser votados nesta semana.

Um dos PLs determina um valor fixo de cobrança do ICMS para combustíveis, com o tributo estadual deixando de variar seguindo flutuações de preço do produto, e expande o chamado vale-gás para famílias brasileiras.

Já o outro criaria um fundo de estabilização do preço do petróleo e derivados (diesel, gasolina e GLP), com uma nova política de preços internos de venda para distribuidores.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 8.860 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.


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