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Domingo, 22 de dezembro de 2024

Plano econômico de Bolsonaro para eleição vai defender privatizações para bancar fundo de erradicação da pobreza

Segundo integrantes do Ministério da Economia disseram à CNN, as antigas resistências de Bolsonaro em relação ao processo de venda da Petrobras estão praticamente dizimadas

21 de mar 2022 - 11h:09 Créditos: CNN
Crédito: CNN

Alvo do presidente Jair Bolsonaro por causa da alta dos combustíveis, a Petrobras terá destaque no plano de governo que o atual chefe do Executivo pretende apresentar na sua campanha.

A equipe que elabora a parte sobre economia do documento antecipou à CNN que a proposta será usar a arrecadação com as privatizações de estatais — incluindo a petrolífera — para custear dois projetos sociais que serão bandeiras de um eventual novo governo: o Fundo de Erradicação da Pobreza e o Fundo de Reconstrução Nacional, cujo objetivo será a retomada de investimento público em obras do país.

À CNN, integrantes da equipe econômica que estão na trabalhando diretamente na elaboração da proposta disseram que, neste momento, o plano está sendo finalizado e a ideia é que, assim que ele seja colocado na rua, Bolsonaro também passe a fazer discursos mais contundentes em relação a gestões dos governos petistas na Petrobras.

Auxiliares do presidente disseram, em caráter reservado, que Bolsonaro passou a ser aconselhado a dizer, com mais frequência, que o seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “roubou e aparelhou a Petrobras”.

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Uma das comparações sugeridas é dizer que programas como o Bolsa Família poderiam ter atingido pelo menos cinco vezes mais beneficiários caso o PT não tivesse aparelhado e gerado prejuízos bilionários à estatal.

Bolsonaro passou também a ser orientado a responder de maneira enfática às declarações de Lula de que “a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro”.

Segundo auxiliares, a ideia é que o presidente passe a dizer que só ele será capaz de devolver a Petrobras à população do país porque, com a venda da estatal, fará o maior programa de erradicação da pobreza já executado no Brasil.

Na sexta-feira (18), ao participar do evento de filiação do ex-senador Roberto Requião ao PT, em Curitiba, o ex-presidente Lula descartou a possibilidade de privatização das principais empresas estatais brasileiras, caso volte a ocupar o Palácio do Planalto.

“Eu quero dizer, na tua frente, meu jovem Requião, que eles se preparem. Porque o povo vai voltar a governar esse país e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vai privatizar os Correios, não vamos privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica. Não vamos destruir o BNDES. Não vamos privatizar a Eletrobras. Eles têm que saber, e nós temos que falar agora o que queremos fazer, porque eu não tenho mais idade para mentir para o povo brasileiro”, disse Lula.

Segundo integrantes do Ministério da Economia disseram à CNN, as antigas resistências de Bolsonaro em relação ao processo de venda da Petrobras estão praticamente dizimadas.

Tanto que nos últimos meses, o ministro Paulo Guedes passou a dizer, com o aval do presidente, que a privatização da Petrobras será uma das prioridades de eventual segundo mandato.


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