Crédito: Divulgação No Brasil, seis em cada dez pessoas reduziram o consumo de produtos de origem animal no ano passado. A pesquisa, do instituto The Good Food, chama a atenção para o Dia Mundial sem Carne, comemorado nesta 2ª feira (20.mar).
Soja, legumes e a dupla feijão com arroz. Esse é o cardápio preferido da nutricionista Maria Vitória, mas ela ainda come carne. "Eu acho que nada extremo, assim, funciona muito", disse.
Maria faz parte de um time que não para de crescer: os flexitarianos, ou seja, possuem um estilo de vida no qual buscam diminuir, sem eliminar por completo, o consumo de produtos de origem animal. Segundo a pesquisa do The Good Food, 28% dos brasileiros dizem ser flexitarianos.
As principais razões apontadas para essas mudanças de hábito que o estudo mostra foram o preço da carne e a preocupação com a saúde. E o comportamento dos consumidores tem impulsionado a produção de alimentos de origem vegetal. A indústria de produtos à base de plantas cresceu 70% nos últimos cinco anos no Brasil.
"A indústria vem trabalhando em campanhas de conscientização, em deixar o produto mais gostoso, para que o produto tenha o mesmo sabor, a mesma performance, e, aí, não seja um choque cultural, para que isso seja natural e consiga ser incorporado", afirmou Vanessa Giangiacomo, diretora de marketing da NotCo.
No Dia Mundial sem Carne, o planeta se mobiliza para chamar a atenção para o que comemos. Quando a data foi criada, a maior preocupação era com o meio ambiente. "A gente sabe que 80% do desmatamento da Amazônia, atualmente, tem uma relação com a pecuária. O desmatamento vem junto da queimada dessas matas, da floresta, e também a própria produção dos animais, que tem também uma relação com a produção dos gases do efeito estufa", fala Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
Mas o nutricionista Diogo Cirico aleta: é preciso cuidado na hora de montar o prato. "Quando o indivíduo adota uma dieta altamente restritiva, como é o caso da dieta vegana, ele pode acabar encontrando algumas deficiências nutricionais, se ele não tiver boas escolhas na sua rotina", pontua.
Maria Vitória aposta no equilíbrio: "Ser radical demais com tudo, é, a gente vai estar sempre naquele mecanismo oito ou 80, ou eu faço tudo ou eu não faço nada. Isso não é legal para nossa saúde mental".
