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Terça, 01 de julho de 2025

MS registra 16º caso de feminicídio: mulher é assassinada a facadas após discussão com companheiro

Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa.

21 de jun 2025 - 09h:44 Créditos: Cg News
Crédito: Ilustrativa

Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas dentro de casa, na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, município a 159 quilômetros de Campo Grande. O crime ocorreu após uma discussão com o companheiro, Edemar Santos Souza, de 31 anos, apontado como principal suspeito. Ele se apresentou à polícia nesta manhã e negou o crime. Com esse caso, Mato Grosso do Sul já contabiliza 16 feminicídios neste ano.

Conforme relatos de vizinhos, por volta das 22h30 de ontem (20) houve briga entre o casal. Cerca de meia hora depois, os gritos cessaram, e Edemar foi visto saindo da casa pela porta da frente, empurrando uma carriola em direção ao Bairro Nenê Fernandes.

Por volta das 23h15, a filha da vítima, chegou à residência e encontrou a mãe caída no chão do quarto, coberta de sangue e já sem vida. A Polícia Militar foi acionada e chegou ao local minutos depois, isolando a área até a chegada da equipe da Polícia Civil e da perícia criminal.

Segundo o boletim de ocorrência, vizinhos relataram que as brigas entre o casal eram frequentes, mas Doralice nunca havia registrado boletim de ocorrência nem solicitado medidas protetivas contra Edemar. A investigação também apontou que, embora a vítima possuísse medida protetiva em desfavor de um ex-marido, eles estavam separados há mais de um ano e não mantinham contato. Já Edemar havia sido alvo de medida protetiva anteriormente, solicitada por sua mãe, mas a decisão já estava extinta.

Diligências foram feitas em endereços ligados ao suspeito, como as casas dos pais e região de chácaras, mas ele não foi localizado. Testemunhas, incluindo a filha da vítima, uma vizinha e a irmã de Doralice, prestaram depoimentos e relataram que a vítima havia sido orientada a procurar ajuda, mas nunca o fez formalmente.

Doralice foi morta a golpes de faca na noite de ontem (Foto: reprodução / rede social)


Suspeito nega crime - Na manhã deste sábado (21), por volta das 6h, Edemar se apresentou espontaneamente no Quartel da Polícia Militar da cidade, negando a autoria do crime. Ele afirmou ter tomado conhecimento de que estava sendo apontado como autor e negou qualquer envolvimento no assassinato.

Em depoimento inicial aos policiais, o homem relatou que havia saído com a vítima, com quem mantinha relacionamento, com destino ao mercado da cidade, utilizando uma motocicleta. Durante o trajeto, disse que sofreram um pequeno acidente e, por esse motivo, decidiram retornar para casa. No local, conforme sua versão, houve uma discussão que resultou no término do relacionamento.

O suspeito também afirmou que, ao chegarem à residência, havia ali a presença de uma terceira pessoa, um homem que ele disse não conhecer, e que chegou em um veículo Volkswagen Gol, de cor prata. Esse indivíduo, segundo o relato, o ajudou a recolher seus pertences, que foram colocados numa carriola, antes de sua saída. Ele disse ainda que essa terceira pessoa permaneceu na residência com Doralice após sua saída.

O homem informou aos policiais que vizinhos possuem câmeras de segurança que poderiam confirmar sua versão dos fatos. Após deixar o local, afirmou ter seguido pela Rua Mário Silva, na Vila Juquita, em direção à região da Zebulândia, e, posteriormente, à casa de uma tia, nas proximidades do Cras da Vila Margarida. O caso segue sob investigação da Polícia Civil do município.

A Prefeitura de Maracaju se manifestou por meio de suas redes sociais com nota de repúdio. “Esse crime bárbaro fere não apenas a vida de uma mulher, mas também toda a nossa sociedade. A violência contra a mulher é inaceitável e precisa ser combatida com firmeza, compromisso e ações contínuas”, afirmou o comunicado oficial. A prefeitura reforçou seu compromisso com políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero e manifestou solidariedade aos familiares da vítima.


16º feminicídio em MS

Até o momento, Mato Grosso do Sul registra 16 feminicídios em 2025:

Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro

Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro

Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro

Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro

Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro

Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março

Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março

Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril

Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio

Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio

Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio

Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio

Vanessa Eugênio Medeiros e a filha dela, Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 de maio

Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho

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