Menu
Sexta, 18 de outubro de 2024

Caminhoneiros avaliam eventual paralisação a partir de domingo

.

21 de jul 2021 - 10h:24 Créditos: Roberta Ferreira
Crédito: Divulgação

Entidades e associações que representam caminhoneiros avaliam a possibilidade de realizar uma paralisação nacional a partir de domingo (25), Dia do Motorista, que poderia crescer na segunda-feira (26).  

Há um descontentamento de parte da categoria com promessas não cumpridas pelo governo Jair Bolsonaro e com as altas recentes do preço do óleo diesel.

Entre as insatisfações também são citadas o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o diesel, os preços elevados dos insumos para o transporte de cargas e a falta de fiscalização do piso mínimo do frete. Algumas entidades já decidiram apoiar a interrupção das atividades, mas reuniões ainda serão realizadas para definir a posição da categoria, segundo representantes dos grupos.

Uma das entidades que decidiu apoiar a paralisação é o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas). Plínio Dias, presidente da entidade, disse que a mobilização começa no dia 25 e que a adesão pode crescer na segunda-feira e nos dias subsequentes.

A entidade afirma já ter apresentado 387 ofícios ao governo desde o começo do ano com as reivindicações dos caminhoneiros, como o fim da política de PPI (Preço de Paridade de Importação) da Petrobras para combustíveis, maior fiscalização nas estradas para cumprimento do piso mínimo de frete e a aposentadoria especial para os motoristas.  

Segundo o representante, a pauta é a mesma da paralisação do início de 2021. "Até o presente momento, o governo e as pastas cabíveis não chamaram para conversar", disse Dias.

Em maio, preocupado com movimentos grevistas e as constantes ameaças de paralisações, o governo anunciou um pacote de medidas para a categoria, o "Gigantes do Asfalto".

Entre as medidas consta a criação do Documento Eletrônico de Transportes (Dt-e), uma das principais apostas do governo para o segmento autônomo.

A Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores) vai decidir sobre a adesão no movimento em reunião com seus associados nesta quinta-feira (22).  

"Estamos conversando e orientando a categoria para seguirmos para termos o cumprimento das leis que conquistamos", disse o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão.  

A entidade vem cobrando o Executivo quanto à efetivação de uma série de medidas anunciadas para a categoria em manifestações frequentes.

O representante da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), José Roberto Stringasci, disse que a entidade apoia a categoria na sua decisão, mas ponderou que os caminhoneiros ainda estão decidindo se vão parar ou não.

Conforme Stringasci, várias reuniões de lideranças sindicais, de associações e cooperativas estão sendo realizadas no Brasil todo nesta semana.  

"Vamos ver a decisão da maioria da categoria. O que a maioria decidir estaremos junto e apoiando”.

Segundo os líderes, há possibilidade de maior adesão agora do que na paralisação de fevereiro, em virtude dos reajustes no diesel de lá para cá.  

Conforme o representante da ANTB, alguns motoristas e entidades que a princípio eram contra, por achar que era um movimento contra o governo, agora acreditam ser "uma questão de necessidade" a paralisação para reivindicar seus "direitos". "Entenderam as pautas, principalmente a do combustível", disse.

"Agora o caminhoneiro está com a corda no pescoço e viu que o combustível subiu e que, se a gente não se mexer, vai subir de novo".


Deixe um comentário


Leia Também

Veja mais Notícias