O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), com a prerrogativa de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, tem intensificado seus contatos com o marqueteiro de extrema-direita Steve Bannon e seus objetivos imediatos se mostram cristalinos. Estão em andamento planos para desacreditar a democracia brasileira e tumultuar as eleições de 2022.
Com Bannon e mais seu irmão, o vereador Carlos (Republicanos-RJ), Eduardo começa a montar a campanha em que seu pai tentará se reeleger no ano que vem. E todo tipo de armadilha e manobra diversionista será montado para confundir o eleitor e atacar a oposição.
Cercados por novas regras e impedimentos constitucionais que combatem as fake news, os estrategistas do bolsonarismo farão seus ataques cibernéticos sorrateiramente, a partir de bases no exterior. Escolherão um assunto perturbador para tirar o foco de problemas que realmente importam, como vem sendo a patética discussão sobre a urna eletrônica, e tentarão de todas as formas atrapalhar o processo eleitoral, tirando-lhe credibilidade.
No próximo pleito, é possível prever que irá acontecer mais ou menos o que aconteceu na eleição de 2020, com ataques hackers em série e a contaminação das redes com conteúdos golpistas de ódio e questionamentos ao estado de direito.
Além de lançar bravatas ininterruptamente, os marqueteiros do caos tentarão mostrar força derrubando e tentando invadir sistemas estruturadores do Executivo e dos outros poderes. É o mínimo que se pode esperar de Bannon e de seus prepostos locais.
Na primeira semana de novembro do ano passado, nas vésperas do primeiro turno das eleições municipais, aconteceram 80 invasões e tentativas de invasões a sistemas de órgãos públicos em Brasília, incluindo o do Supremo Tribunal Federal (STF), o do Ministério da Saúde e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Eduardo Bolsonaro sabe que serviços de hackers para derrubar sistemas vitais para a democracia podem ser comprados por uma ninharia entre grupos criminosos portugueses ou russos.
Com Bannon orientando a estratégia destrutiva da campanha e Eduardo e Carlos cuidando da sua tropicalização, da sua adaptação às condições brasileiras, a extrema-direita tradicionalista tem esperança de fazer a festa no Brasil no ano que vem.
O centro de tudo é a desinformação. Adotando uma narrativa fajuta qualquer e disseminando a insegurança e o medo – espera-se que desta vez não haja uma facada – vão tentar mostrar que Bolsonaro merece continuar no poder com sua defesa de valores ultraconservadores e sua loucura extremista.
Para tentar impor essa ideia muitas mentiras precisarão ser contadas, o que não será problema para Bannon ou para os irmãos Bolsonaro, que, certamente, terão a ajuda de hackers neonazistas do mundo todo para executar seus planos. Sabotagens podem ser esperadas. Mas também se espera uma vigorosa reação democrática.