Que o advento do PIX, em outubro de 2020, tornou as transações financeiras muito mais ágeis e práticas, além, de mudar completamente o conceito dos meios de pagamento existentes, atualmente, no mercado financeiro brasileiro, ninguém questiona.
Para se ter uma ideia, em 2023, foram registradas mais de 42 bilhões de transações pelo Pix, o que reflete o impacto da popularidade desse mecanismo entre os brasileiros.
Mas, infelizmente, essa é uma faca de dois gumes. Embora, em termos de tecnologia, o Pix seja extremamente seguro, as fraudes, inevitavelmente, acontecem. Como o processo é super-rápido, tem sistema disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, as transferências ocorrem em segundos e são gratuitas para os usuários, faz com que a vulnerabilidade aumente também. Com isso, qualquer transação fraudulenta efetivada, instantaneamente, se for percebida depois, já pode ser tarde demais, ou seja, com essa enormidade de transações é quase, inevitável, a abertura de precedentes para surgimento desses problemas.
Dentre eles, estão os erros de transferência, ou seja, o Pix sendo enviado para a conta errada, por engano e, problemas com limitação de valores. E sem falar nos golpes, que com a facilidade e rapidez que a transação é feita, os criminosos sempre encontram brechas para se aproveitar da ferramenta para praticar a extorsão.
Desde outubro de 2020, quando o PIX foi lançado, esse sistema revolucionou a forma com que realizam seus pagamentos. Em 2023, foram registradas mais de 42 bilhões de transações pelo Pix, mostrando o impacto e a popularidade crescente desse meio de pagamento. Com o Pix Recorrente, a tendência é que ainda mais operações sejam automatizadas, promovendo uma experiência de pagamento mais moderna e eficiente.
Por conta de todas essas ocorrências, o Banco Central determinou que a partir do mês de novembro esse meio de pagamento, que se tornou muito popular entre os brasileiros, estará sob regras mais rígidas cujo objetivo é aumentar a segurança nas transações e, principalmente, procurar impedir a ação dos criminosos através da redução das fraudes.
E serão mudanças significativas, como, por exemplo, o valor máximo de cada transação estar limitado a R$ 200,00 e R$ 1.000,00 no dia, caso o celular ou o computador não estejam previamente cadastrados na instituição financeira. Essa exigência de cadastro se aplica apenas para dispositivos que nunca tenham sido utilizados para realizar um Pix por aquele usuário em específico. Então, se você já utilizou seu celular ou computador para realizar algum Pix naquele Banco, para você nada muda. Agora, se você trocar de dispositivo, será necessário cadastrá-lo no banco. Só assim será possível liberar transações com valores maiores do que as estabelecidas na nova regra.
A iniciativa tende a dificultar a fraude em que o criminoso consegue, por meio de roubo ou de engenharia social, as credenciais, como login e senha dos clientes.
Essa nova fase, trará, certamente, grandes desafios aos bancos que deverão implementar sistemas de gerenciamento de fraude que possam identificar transações atípicas ou que não correspondam ao perfil usual do cliente. Isso será feito com base nas informações de segurança já armazenadas pelo Banco Central, que funcionará como um banco de dados de suporte às análises de risco.
Além disso, os Bancos precisarão informar, de forma acessível e clara, os cuidados que os clientes devem adotar para evitar fraudes. Essa comunicação deverá ser feita em canais eletrônicos que sejam amplamente utilizados pelos clientes. As instituições financeiras precisarão, também, realizar verificações semestrais periódicas para identificar eventuais fraudes associadas a seus clientes.
Com as novas regras será possível implementar ações específicas em casos de transações suspeitas. As instituições financeiras terão a liberdade de bloquear temporariamente os valores transferidos via Pix ou até mesmo encerrar o relacionamento com o cliente, caso haja fortes indícios ou confirmação de fraude.
Existe mais um movimento do Banco Central para criação do Pix Recorrente e Pix Automático, este para o ano de 2025 que tem o intuito de realizar transações automáticas e periódicas.
Vendo essas ações pensadas na evolução do Pix podemos constatar uma preocupação por parte dos órgãos reguladores em criar vantagens para a população e, principalmente, aumentar o nível de segurança e diminuir a exposição dos usuários a risco o que deixa claro que essas medidas contribuem para reduzir as chances de golpes de forma eficaz e, sobretudo, esses movimentos convergem para garantir o bem-estar econômico da sociedade que é um dos papéis do Banco Central para com a comunidade.