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Sábado, 21 de dezembro de 2024

Píton albina que não pode retornar à natureza ganhará nova chance no Bioparque Pantanal

Impossibilitada de retornar à natureza em razão da perda das suas defesas naturais e por se tratar de um animal exótico, a píton terá um papel importante na educação ambiental, voltado para estudantes e o público em geral, como explica a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.

21 de nov 2024 - 11h:43 Créditos: Bioparque Pantanal
Crédito: Rosana Moura

Uma píton albina (Python bivittatus) fêmea, com 2,5 metros de comprimento, ganhará uma nova oportunidade de vida no Bioparque Pantanal. O animal exótico será o mais novo habitante do maior circuito de aquários de água doce do mundo nos próximos dias. Uma enquete para a escolha do nome do animal será lançada na página oficial do Instagram do empreendimento.

Impossibilitada de retornar à natureza em razão da perda das suas defesas naturais e por se tratar de um animal exótico, a píton terá um papel importante na educação ambiental, voltado para estudantes e o público em geral, como explica a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.

“O Bioparque desempenha um papel primordial na Educação Ambiental e na conservação da biodiversidade, alinhando-se ao conceito moderno de aquários e zoológicos”, frisa a diretora. Ainda segundo ela, "as serpentes despertam grande curiosidade na população e têm um papel fundamental na ciência, na preservação do meio ambiente e no controle populacional de outras espécies”.

A píton foi resgatada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em um circo no município de Amambai, onde era usada como atração circense até 2023. O uso de animais em apresentações é proibido no estado de Mato Grosso do Sul, conforme a lei estadual nº 3.642/2009.

Considerada uma das maiores espécies de serpentes do mundo, a píton pode atingir até oito metros de comprimento e pesar 100 kg na fase adulta. A espécie é originária do continente asiático e é considerada exótica no Brasil, ou seja, não pertence à fauna local.

Essas serpentes habitam florestas tropicais úmidas, manguezais e planícies alagadas em países como Bangladesh, Camboja e Laos. Apesar de suas grandes dimensões atuais (2,5 metros de comprimento e 8 kg), a píton do Bioparque Pantanal é considerada jovem, com idade estimada em três anos, e pode viver até 30 anos.

Recinto

Para garantir o bem-estar do animal, o recinto foi projetado de acordo com as normas do IBAMA, incluindo substrato adequado, plantas, toca, aquecedor, umidificador, pedra aquecida, lâmpadas uva e uvb e uma área úmida que simula o ambiente natural da espécie.


Recinto irá garantir bem-estar do animal. Foto: Lara Miranda

“A píton não pode ser reintegrada à natureza por se tratar de um animal exótico (originário do sudeste asiático) e por ter passado por um processo de domesticação, o que fez com que perdesse os estímulos selvagens. Nosso trabalho no Bioparque Pantanal é garantir os mais altos níveis de bem-estar animal, proporcionando um ambiente que atenda às necessidades ambientais, fisiológicas e comportamentais da serpente. Mesmo sendo domesticada, buscamos estimular seus comportamentos naturais”, explicou Carla Kovalski, bióloga-chefe do Bioparque e responsável pelo setor de bem-estar animal.

Enquete para escolha do nome

Para comemorar a chegada da nova moradora, o Bioparque Pantanal convida o público a participar de uma votação em sua página oficial no Instagram para escolher o nome da serpente. A enquete estará disponível para votação neste domingo. As três opções de nomes, são inspirados em personagens da literatura brasileira: Capitu, Iracema e Paraguaçu.

Capitu (Maria Capitolina de Pádua Santiago) é uma personagem do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Ela é descrita como uma mulher enigmática, complexa e marcante.

Iracema é a protagonista do romance homônimo de José de Alencar. Iracema, uma indígena da etnia Tabajara, simboliza a união entre o mundo indígena e o colonizador europeu.

Paraguaçu é uma personagem histórica presente no poema épico Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão. Filha do cacique Taparica, Paraguaçu representa a aliança entre indígenas e europeus durante o processo de colonização.


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