
O estado do Amazonas vem enfrentado sérios problemas com a pandemia do coronavírus e o colapso na saúde.
E por conta disso a região também tem encontrado dificuldade com ataques de piratas em comunidades ribeirinhas, do rio Solimões.
Os seus principais alvos são pescadores e agricultores, que se deslocam em pequenas embarcações para vender os seus produtos.
"Devido ao isolamento social, os ribeirinhos passaram a andar cada vez mais sozinhos em sua rabetas [pequenos barcos] e são covardemente atacados e até torturados por esses 'ratos do rio'", afirmou o empresário Marco Antônio Maciel, 51 anos, que disse ter deparado com um grupo de "piratas" no feriado de Carnaval perto de Coari.
Os piratas estavam acampados a margem do rio. "Por sorte, estavam dormindo e não nos viram. Caso contrário, eu não estaria aqui para contar essa história”, falou Maciel.
De acordo com Manoel dos Santos, de 26 anos, pescador: “Levaram todo meu dinheiro, barco e motor. Espancaram-me na cabeça e me jogaram no rio. Sobrevivi por um milagre”.
Eles saqueiam as pessoas por meio de armar artesanais e sobrevivem do dinheiro que roubam de pescadores.
Os assaltantes também ficam com fuzis, escopetas e metralhadoras e atacam também grandes embarcações carregadas de drogas trazidas da Colômbia e de petróleo extraído pela Petrobras na região.
A miséria que toma conta da região e que se agravou com a pandemia está levando algumas comunidades ribeirinhas a trabalhar para os "piratas" em troca de combustível e comida.
"Os 'piratas' escondem suas drogas e armas nas terras de algumas comunidades ribeirinhas, que ainda lhes fornecem informações sobre os passos da polícia e dos grupos de 'piratas' concorrentes", disse o promotor.