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Quinta, 21 de novembro de 2024

Biden anuncia sanções contra bancos e elite russa

Mais cedo, Putin obteve autorização de seu parlamento para usar tropas no leste ucraniano, mas afirma que 'não disse que seria agora'.

22 de fev 2022 - 16h:49 Créditos: Redação
Crédito: Redação

O presidente americano Joe Biden anunciou nesta terça-feira (22) um pacote de sanções contra a Rússia , após o decreto de Vladimir Putin que reconheceu a independência de duas regiões no leste da Ucrânia.


"Vou começar a impor sanções em resposta, muito além das medidas que nós e nossos aliados e parceiros implementamos em 2014. E se a Rússia for mais longe com essa invasão, estamos preparados para ir além com as sanções", discursou.


Biden afirmou que as sanções inicialmente afetam o banco VEB e o banco militar russo, cortando seu acesso a financiamento ocidental. A partir desta quarta haverá também sanções financeiras contra a elite russa e seus familiares.

“Estamos implementando sanções à dívida soberana da Rússia. Isso significa que cortamos o governo da Rússia do financiamento ocidental”, afirmou.

Joe Biden, presidente dos EUA, em discurso na Casa Branca nesta terça-feira (22) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Joe Biden, presidente dos EUA, em discurso na Casa Branca nesta terça-feira (22) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O americano apontou que Putin está preparando uma tomada de território ucraniano que vai além das regiões separatistas de Luhansk e Donetsk. Chamou o processo de "início de uma invasão russa da Ucrânia" e condenou o que considera ser "uma flagrante violação da lei internacional".

"Nenhum de nós será enganado" pelas afirmações de Putin, sobre a Ucrânia, disse o americano. "Quem, em nome de Deus, Putin pensa que lhe dá o direito de declarar chamados 'novos países' em território que pertence aos seus vizinhos?", questionou.

Ele disse que também está transferindo tropas adicionais dos EUA para os países bálticos no lado leste da Otan, na fronteira com a Rússia.


Outras sanções


Os Estados Unidos e seus aliados vêm anunciando uma série medidas contra Moscou .

A Alemanha suspendeu a autorização para a operação do gasoduto russo Nord Stream 2, os EUA proibiram investimentos, comércio e financiamento americano nas províncias separatistas, e o Reino Unido anunciou sanções a cinco bancos e três cidadãos russos.

Joe Biden, presidente dos EUA, em discurso na Casa Branca nesta terça-feira (22) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Joe Biden, presidente dos EUA, em discurso na Casa Branca nesta terça-feira (22) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters


Josep Borrell, o chefe da diplomacia da União Europeia, anunciou nesta terça-feira (22) que a organização já previu um pacote de sanções à Rússia e que deve ser anunciado em breve.

Em entrevista coletiva, Borrell disse que as sanções atingirão políticos russos, bancos, o setor de defesa e dos mercados de capitais.

"Este pacote de sanções, que foi aprovado por unanimidade pelos Estados membros, prejudicará a Rússia e prejudicará muito", disse Borrell.

Antes, também nesta terça, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia , Dmytro Kuleba, disse que os países ocidentais deveriam intensificar o envio de armas para seu país, para ajudá-lo a resistir contra a Rússia.

Pouco depois, o presidente russo Vladimir Putin obteve autorização do parlamento de seu país para usar tropas no leste ucraniano, onde reconheceu duas repúblicas separatistas nesta segunda. Putin disse não saber quando exatamente faria uso dessas forças e que não afirmou que seria "imediatamente" (veja mais abaixo).


Apelo ucraniano


Presidente da Ucrânia faz apelo à paz, mas diz que o país não vai conceder território


Presidente da Ucrânia faz apelo à paz, mas diz que o país não vai conceder território

"Nesta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores, pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia. Com a mesma pergunta, vou me dirigir aos meus interlocutores nos Estados Unidos", afirmou Kuleba.

"Nossas melhores garantias serão nossa diplomacia e armas. Vamos mobilizar o mundo inteiro para termos tudo de que precisamos para fortalecer nossas defesas", frisou.

O ministro ucraniano deverá conversar ainda nesta terça com Antony Blinken, o secretário de Estado americano.


20/02 - Manifestantes marcham pela rua em Odessa, Ucrânia, no domingo (20). Milhares de pessoas marcharam pelas ruas da cidade em uma manifestação marcando a data em que, há oito anos, mais de cem pessoas foram mortas durante a Revolução Ucraniana de 2014. Acenando com bandeiras nacionais, os ativistas protestam contra uma possível invasão russa e disseram que estavam preparadas para defender sua cidade, se necessário — Foto: Emílio Morenatti/AP

20/02 - Manifestantes marcham pela rua em Odessa, Ucrânia, no domingo (20). Milhares de pessoas marcharam pelas ruas da cidade em uma manifestação marcando a data em que, há oito anos, mais de cem pessoas foram mortas durante a Revolução Ucraniana de 2014. Acenando com bandeiras nacionais, os ativistas protestam contra uma possível invasão russa e disseram que estavam preparadas para defender sua cidade, se necessário — Foto: Emílio Morenatti/AP

O presidente Putin pediu ao Parlamento russo a permissão para usar as forças armadas da Rússia no exterior depois de reconhecer formalmente duas regiões separatistas do leste da Ucrânia. O pedido foi aprovado por unanimidade logo em seguida. A medida entra em vigor imediatamente, segundo um deputado presente à sessão.

Antes, o Parlamento da Rússia ratificou o acordo assinado por Putin para defender os separatistas do leste da Ucrânia, após o reconhecimento de suas repúblicas.

Putin: 'Vamos oferecer às repúblicas ajuda militar caso necessário'


Putin: 'Vamos oferecer às repúblicas ajuda militar caso necessário'


Putin: não será 'imediatamente'


Putin disse que é impossível dizer com antecedência quais serão as ações militares em Donbass. As eventuais movimentações, segundo ele, vão depender da situação no local.


"Eu não disse que nossas tropas irão para lá imediatamente", afirmou ele.


Ele afirmou também que a melhor solução para acabar com a crise em torno da Ucrânia seria Kiev desistir de seu desejo de se juntar à Otan: "A melhor solução para essa questão seria que as autoridades atualmente no poder em Kiev desistissem de ingressar na Otan por conta própria e se mantivessem na neutralidade".


Ele afirmou também que o Tratado de Minsk, que estabelecia a paz entre os dois países, não existe mais e que não há nada no texto para ser cumprido, e que a culpa pelo fracasso do acordo é do governo da Ucrânia.


Ocidente já enviou armas


Áreas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas como independentes pela Rússia — Foto: Arte g1

Áreas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas como independentes pela Rússia — Foto: Arte g1

Países da Europa Ocidental e os EUA já enviaram armas para a Ucrânia no início deste mês. Países como os Estados Unidos e o Reino Unido forneceram ajuda militar à Ucrânia, que incluiu mísseis antitanque e lançadores para ajudá-la a se defender. Outros, como a Alemanha, enviaram capacetes, evitando ajuda com armamento letal.

A Rússia criticou essas doações.

19/02 - Civis treinam com membros da Legião Georgiana, uma unidade paramilitar formada principalmente por voluntários de etnia georgiana para lutar contra as forças russas na Ucrânia em 2014, em Kiev, Ucrânia, no sábado (19) — Foto: Efrem Lukatsky/AP

19/02 - Civis treinam com membros da Legião Georgiana, uma unidade paramilitar formada principalmente por voluntários de etnia georgiana para lutar contra as forças russas na Ucrânia em 2014, em Kiev, Ucrânia, no sábado (19) — Foto: Efrem Lukatsky/AP

No dia 9 de fevereiro, um dirigente de alto escalão do governo russo acusou o Ocidente de aumentar a pressão política sobre Moscou ao fornecer armas e munições para apoiar a Ucrânia.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que os suprimentos militares para a Ucrânia representam "chantagem e pressão" ocidentais.

"Tudo o que está acontecendo em termos de abastecer a Ucrânia com equipamentos, munições, equipamentos militares, incluindo armas letais, é uma tentativa de colocar pressão política adicional sobre nós, bem como provavelmente pressão técnica militar", disse Ryabkov, segundo a agência de notícias RIA.

Joe Biden, presidente dos EUA, em discurso na Casa Branca nesta terça-feira (22) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters widget de imagem

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