O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (22) que o Brasil se compromete a reduzir suas emissões de carbono em 43% e a eliminar o desmatamento ilegal até 2030.
"Somos um dos poucos países em desenvolvimento a adotar, e reafirmar, uma NDC transversal e abrangente, com metas absolutas de redução de emissões inclusive para 2025, de 37%, e de 43% até 2030", afirmou Bolsonaro, na Cúpula de Líderes sobre o Clima.
O presidente se referia às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês), que são os planos que destacam ações, metas políticas e medidas que os governos pretendem implementar em resposta às mudanças climáticas e que são um dos pontos centrais da implementação do Acordo de Paris.
Bolsonaro foi o 21º líder mundial a discursar no encontro virtual, o que incomodou o Palácio do Planalto. Países com economias muito menores que a brasileira, como Ilhas Marshall, Bangladesh e Indonésia foram ouvidos antes.
Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, já não estava na cúpula quando o líder brasileiro discursou.
Ainda assim Bolsonaro afirmou que as metas brasileiras são uma resposta ao chamado por parte de Biden ao estabelecimento de compromissos ambiciosos para o combate às mudanças climáticas.
"Nesse sentido, determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em 10 anos a sinalização anterior", prometeu o presidente.
"Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal. Com isso reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data”.
Bolsonaro disse reconhecer que essa será uma tarefa complexa, que precisará de "medidas de comando e controle" como parte da resposta.
"Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando os recursos destinados a ações de fiscalização. Mas é preciso fazer mais. Devemos enfrentar o desafio de melhorar a vida dos mais de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, região mais rica do país em recursos naturais, mas que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano", destacou o presidente.
Para ele, a solução do que chamou de “paradoxo amazônico” é condição essencial para o desenvolvimento sustentável na região.