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Quinta, 28 de março de 2024

Em Campo Grande idoso isolado há 90 dias veste capa de plástico para abraçar a família

Por que eles não estão vindo? Por que não posso mais receber visitas? Que vírus que é esse? Ao longo dos últimos 90 dias, o idoso fazia as mesmas perguntas

22 de jun 2020 - 17h:27 Créditos: G1MS
Crédito: Foto: Angeluz/Divulgação

Por que eles não estão vindo? Por que não posso mais receber visitas? Que vírus que é esse? Ao longo dos últimos 90 dias, o idoso fazia as mesmas perguntas, mais de uma vez ao dia, tanto para os funcionários da casa de repouso como aos próprios familiares, durante conversas ao telefone. Dos pensamentos, os sintomas passaram a ser físicos. E foi aí que uma "força-tarefa" passou a atuar para promover o abraço, nesse domingo (21), em Campo Grande.

"O meu sogro está neste local há quase 4 anos, mas, a nossa visita é constante, tanto durante a semana como aos finais de semana. Só que, com a pandemia, as regras passaram a ser muito rígidas e as visitas cessaram. Isso tudo há pouco mais de três meses e ele passou, além do Alzheimer em fase avançada, a ter um quadro de depressão", afirmou o médico infectologista Sandro Trindade Benites.

Segundo o genro, ao assistir um vídeo, com legenda em inglês e que mostrava todo o aparato de plástico, montado para que um avó pudesse abraçar aos netos durante a pandemia do novo coronavírus, ele, a esposa e o filho tiveram a ideia de também fazer o mesmo com o idoso.

"Nós falamos com o pessoal da casa de repouso e eles prontamente quiseram ajudar. Tudo foi montado e o abraço ocorreu no final de tarde de ontem. Foi maravilhoso, lindo, emocionante mesmo de se ver", comentou.

Antes da estadia neste local, Sandro conta que o sogro morou sozinho em um apartamento e também junto com ele, a esposa e o filho. "Ele começou a esquecer as coisas e, se deixasse, ficava de 2 a 3 dias sem tomar banho. Só que eu e minha esposa trabalhamos o dia todo e o melhor foi levá-lo para este local. Ele é muito bem cuidado, gostamos bastante de lá e conhecemos todos os outros pacientes", disse.

Conforme o médico, logo após o abraço, o filho passou o dia emocionado. "Ele chorava todas as vezes em que lembrava deste momento. Não só ele como muita gente chorou. Acho que nem precisa dizer muito. A imagem fala mais do que mil palavras e já queremos repetir estes abraços. Meu filho terminou o dia dizendo: que bom que eu pude abraçar o meu avô", finalizou.



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