A jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, recebeu mensagens de apoio nas suas redes sociais, nesta segunda-feira (21), depois de ter sido alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro em um evento.
Laurene questionou o presidente sobre a obrigatoriedade do uso da máscara, já que ele chegou ao evento, que aconteceu em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, sem o EPI (Equipamento de Proteção Individual). Vale lembrar que, no último sábado (19), o Brasil atingiu a tenebrosa marca de 500 mil mortos pela Covid-19.
Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção. Bolsonaro disse: "eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida"; e tirou novamente a máscara. Ela, então, tentou explicar que o uso da máscara é exigência de lei, mas ouviu Bolsonaro lhe mandar "calar a boca". O presidente ainda insultou a Rede Globo com palavrões;
Em seu Instagram, Laurene recebeu diversas mensagens de solidariedade de internautas em suas últimas publicações. "Toda a minha solidariedade. Você foi brava!!", comentou um. "Meus parabéns pelo seu profissionalismo hoje. Sua altivez, sua coragem e sua calma fazem a diferença e ajudam a iluminar o momento histórico grave que vivemos. Força e continue sempre em frente. Viva o jornalismo. Vamos juntas!", escreveu a jornalista Vera Magalhães.
"Parabéns pela coragem, Laurene! Você foi gigante!", "Laurene, parabéns!!! Você é uma repórter especial e incrível! Mostrou como ser uma excelente profissional, obrigada pela coragem!!" e "parabéns pelo seu profissionalismo e coragem, hoje! Que seja abençoada e protegida por Deus e todas as deusas!" ainda estavam entre as mensagens.
A Globo e a TV Vanguarda emitiram uma nota de repúdio a Jair Bolsonaro e em apoio a Laurene:
"O presidente Jair Bolsonaro falou hoje sobre a marca de 500 mil mortos por COVID no Brasil alcançada no sábado. Foi em viagem a Guaratinguetá, interior de São Paulo, durante conversa com jornalistas que o questionaram se gostaria de dizer alguma palavra sobre as mortes. Bolsonaro disse que lamenta todos os óbitos e em seguida voltou a defender o uso de medicamentos ineficazes contra a COVID.
Na mesma entrevista, o presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção. Bolsonaro disse “eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida”. Em seguida, tirou novamente a máscara. A repórter tentou explicar que o uso da máscara é exigência de lei. Mas o presidente mandou a repórter calar a boca e insultou a Globo com palavrões.
A Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional. Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda".
ABI emitu uma nota nas redes sociais, pedindo para que Bolsonaro renúncie, confira:
Nota oficial da ABI.
RENUNCIE, PRESIDENTE!
Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.
Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.
Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.
Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.
Mas a situação é ainda mais grave: esse cidadão é presidente de um país com a importância do Brasil.
Diante da rejeição crescente a seu governo, Bolsonaro prepara uma saída autoritária e, mesmo a um ano e meio da eleição, tenta desacreditar o sistema eleitoral. Seu objetivo é acumular forças para a não aceitação de um revés em outubro de 2022.
É preciso que os democratas estejam alertas e mobilizados.
Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil.
Outra solução – até melhor, porque mais rápida – seria que ele se retirasse voluntariamente.
Então, renuncie, presidente!
Paulo Jeronimo
Presidente da ABI