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Domingo, 22 de dezembro de 2024

Gaeco faz buscas na casa de ex-secretária de Saúde e procurador-geral em MS

Berenice Machado de Souza diz que mora em casa de aluguel e cobra a devolução do seu aparelho celular apreendido pelo Gaeco

22 de jul 2021 - 16h:58 Créditos: Linckon Lopes
Crédito: Marcos Morandi

Em silêncio há mais de um ano, após ser acordada no dia 15 de julho, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a ex-secretária de Saúde de Dourados, Berenice Machado de Souza, alega inocência e aproveita para fazer críticas ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).  O desabafo foi publicado em sua página do Facebook, na semana passada.

“Há 1 ano esperando o desfecho dessa situação e nada! Confesso que a cada dia vou morrendo aos poucos, e não se sabe ainda quanto tempo irá levar para fechar esse desfecho desencadeado pelo MPE”, publicou Berenice, relatando que no dia da visita dos agentes do Gaeco, que ficaram mais de 6 horas em sua casa, estava sob efeitos de medicamentos, e se encontrava de licença médica.

A ex-secretária conta que tudo aconteceu “uma semana após deixar o cargo de Secretária de Saúde por orientações médicas, tendo em vista meu estado clínico não estar bem”. Ela disse, também, que sente “muito triste passar por isso sendo acusada de ser chefe de organização criminosa e também acusada de tentar ludibriar o juízo criminal! Então, é assim que estou sendo acusada. Agora eu pergunto: Cadê as provas Promotor ???”.

No desabafo, a ex-secretária revela, ainda, que durante o período em que ocupava o cargo de ex-secretária na gestão de Délia Razuk (sem partido), viveu pressão de todos os lados, sendo cobrada a cada minuto. "Mas sempre lutei, batalhei e fiz com que tudo fosse realizado em prol da saúde das pessoas, em prol do coletivo”, afirma Berenice.

“Estou sendo acusada ainda de ter me beneficiado com CIFRAS MILIONÁRIAS! CADÊ AS CIFRAS MILIONÁRIAS? Todos os questionamentos por parte do MPE foram apresentados pela defesa, mediante provas robustas, em inquirição por videoconferência, acostados aos autos, combatendo a acusação”, questiona.

Sem celular e com casa alugada

A ex-secretária de Saúde também cobra a liberação do seu aparelho de celular que está há mais de um ano em poder do Gaeco. “Com toda tecnologia que o MPE possui, e ainda 1 ano DE POSSE DE MEU CELULAR! Faça cópia e me devolva o aparelho celular! Requerí para que verificasse minha conta bancária, foi indeferido, alegando que 'eu' é quem deveria apresentar em juízo”, questiona a investigada.

“Ora, o MPE que é o interessado deveria já ter requerido e juntado aos autos! E o prazo 'ad eternum' desse processo, até quando vou ficar com minha vida enrolada, por uma acusação sem cabimento, UM ABSURDO!”, escreve Berenice Machado de Souza. "MPE sabe o que é uma pessoa idosa se sentir humilhada, que dedicou sua carreira profissional de uma vida inteira em prol das pessoas, sem nenhuma mancha na vida pregressa”, pondera.

Berenice ressalta, na nota, que inúmeras vezes atendeu o que o MPE requisitava, com oferecimento de ajuda e que prestava informações pontuais em prol da vida, até mesmo para acelerar determinados desfechos processuais, em juízo.

“Isso foi feito com muita presteza e respeito, e agora ser tratada como UMA BANDIDA? Sabe o que isso MPE? OLHA O MEU PATRIMÔNIO, MINHAS CONTAS, MORO EM CASA ALUGADA, O BENS MÓVEIS DE MINHA CASA É SIMPLES.  Do quem mais precisam? Minha vida foi destruída senhores Promotores! Venho clamar a público que definam este caso o mais urgente possível! E se não tem provas, ARQUIVE-SE!”, conclui a ex-secretária de Saúde da ex-prefeita Délia Razuk.

Acionado na manhã desta quarta-feira (21) pela reportagem do Jornal Midiamax, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul até o momento ainda não se manifestou sobre as críticas da ex-secretária de Saúde de Dourados, Berenice Machado de Souz, nem sobre o andamento do processo de investigação da “Operação Contágio”.

Entenda o caso

As buscas na residência da ex-secretária de Saúde fizeram parte da “Operação Contágio”, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por intermédio da 16ª, 10ª, 11ª e 17ª Promotorias de Justiça da comarca de Dourados e do GAECO, com o apoio da Polícia Militar (BOPE e CHOQUE).

Durante a operação foram cumpridos, em Dourados e na Capital, 14 (quatorze) mandados de busca e apreensão, além de 12 (doze) mandados com a fixação de medidas cautelares criminais em desfavor dos investigados (servidores públicos e particulares), dentre elas o afastamento dos cargos públicos e proibição de contratar com a Administração Pública.

A Operação "Contágio" teve como objetivo desmantelar organização criminosa que estaria atuando em diversas fraudes em dispensas de licitação para aquisição de produtos e equipamentos no enfrentamento à pandemia da Covid-19, no município de Dourados.

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