O Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO) chegou a pedir a prisão do padre Robson de Oliveira Pereira, reitor do Santuário Basílica de Trindade. O pedido foi feito no âmbito do processo que culminou na Operação Vendilhões, que investiga irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), no qual padre Robson é fundador e presidente.
A prisão é por conta de desvio de dinheiro que faz anos que acontece. Os promotores pediram também o afastamento do cargo de presidente da Afipe. E na noite de ontem (21) o padre pediu para se afastar de suas funções da igreja.
A juíza Placidina Pires negou o pedido de prisão, pois o mesmo tem bons antecedentes criminais.
O Tribunal de Justiça de Goiás decidiu que não terá mais sigilo nas investigações. A juíza afirmou que o processo é de interesse público, principalmente dos fieis.
O promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins falou em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira que a quantia que está sendo investigada é de aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
Segundo os procuradores, foi descoberta uma teia de movimentações financeiras, envolvendo a compra e venda de imóveis – casas, apartamentos e fazendas – em Goiás e outros estados, além de transferências de valores entre contas bancárias. "A Afipe é hoje uma grande empresa. Ela tem o argumento religioso, mas se converteu em uma grande empresa no estado de Goiás", afirmou o promotor.
Segundo o MP foi encontrado dinheiro nos locais de buscas e apreensões. O valor ainda não foi divulgado.
Ontem foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede das associações, empresas e residências em Goiânia e Trindade. A investigação apura suposta prática dos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro - perpetrados por organização criminosa.