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Domingo, 24 de agosto de 2025

Governo veta canetas emagrecedores como Ozempic no SUS

Conitec decidiu não incluir semaglutida e liraglutida, usadas em canetas emagrecedoras, na rede por causa do alto custo aos cofres públicos.

22 de ago 2025 - 10h:45 Créditos: O Globo
Crédito: Wegovy e Ozempic — Foto: NYT

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu não incorporar a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, nem a liraglutida, presente na Saxenda, para o tratamento da obesidade na rede pública. A deliberação ocorreu nesta quarta-feira.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a semaglutida seria indicada a pacientes com obesidade e histórico de doença cardiovascular, sem diabetes, a partir dos 45 anos. Já a análise da liraglutida se destinava ao tratamento de pessoas com obesidade e diabetes tipo 2.

Os membros do colegiado apontaram o alto custo das canetas emagrecedoras como principal entrave. A decisão mantém o parecer de maio, quando a Conitec já havia recomendado a não incorporação da semaglutida, estimando que o medicamento poderia gerar um gasto mínimo de R$ 3,4 bilhões em cinco anos, chegando a até R$ 7 bilhões.

Na época, a comissão também destacou a necessidade de acompanhamento especializado, como suporte psicológico, para pacientes em uso do remédio, o que dificultaria a adoção em larga escala no SUS. Em junho, após o parecer, foi aberta uma consulta pública para ouvir a sociedade civil e profissionais de saúde sobre o tema.

Em julho, durante reunião da cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que as canetas emagrecedoras poderiam ser incluídas na rede pública se fosse comprovada "evidência científica".

— Tudo que tiver evidências científicas que vão se consolidando, existe uma Comissão Nacional de Incorporação, que é a Conitec, que analisa essa evidência. Se tiver evidência científica, mostrar que um determinado produto tem benefícios para a população, o SUS pode incorporar — declarou Padilha na ocasião.

Já no início deste mês, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou um acordo com a farmacêutica EMS para a fabricação de versões próprias da semaglutida e liraglutida. A produção numa instituição pública facilita o processo por viabilizar custos menores para o governo. Para isso, é preciso que o medicamento passe antes por aprovação na Conitec.

Por enquanto, a semaglutida não é oferecida em nenhum serviço público do país. Já a liraglutida é utilizada em municípios de Goiás e do Espírito Santo, e no Distrito Federal. No início deste ano, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que pretende iniciar, em 2026, o uso da semaglutida para tratar pacientes com diabetes e obesidade.

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