A comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a 76ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, conta com nada menos do que 17 integrantes, sendo a 2ª maior de todos os tempos. Outro ponto que chama atenção é os poucos compromissos oficiais que a equipe tem na agenda.
© Alan Santos/PR Primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente Jair Bolsonaro e ministros em visita o Memorial Nacional do 11 de Setembro, em Nova York
A pesquisa de membros da comitiva foi feita pelo jornal O Globo e levou em conta dados do DOU (Diário Oficial da União) desde 2002 —que é quando foi inaugurada a versão virtual do diário—, arquivos de jornais e site da ONU. Já os compromissos foram checados nas agendas divulgadas pelas pastas. O Poder360 confirmou as informações.
O tamanho da comitiva deste ano só perde para a da Assembleia de 2019, em que o próprio Bolsonaro viajou acompanhado por 19 membros do governo.
Entre os auxiliares que estão em Nova York com o presidente brasileiro, 9 registraram “sem compromissos oficiais” em suas agendas ou replicaram a agenda de Bolsonaro. Só o ministro do Turismo, Gilson Machado, e o do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, divulgaram compromissos oficiais paralelos à agenda do presidente.
Machado esteve numa reunião do G-20 e Leite se encontrou com John Kerry, enviado dos EUA para assuntos relativos ao Clima, e com Alok Sharma, presidente da COP 26.
O próprio Bolsonaro teve poucos compromissos. Na 2ª feira (20.set.2021), o presidente brasileiro e vários dos seus ministros se reuniram com o primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson. Eles falaram sobre a parceria dos países em prol da vacinação e sobre uma visita de Johnson ao Brasil, adiada por conta da pandemia de covid-19.
No dia seguinte, ele se reuniu com o presidente polonês Andrzej Duda e depois se encontrou com secretário-geral da ONU, António Guterres.
Nessa 3ª feira (21.set.2021), Bolsonaro fez o discurso de abertura da Assembleia. Em 13 minutos, defendeu o chamado “tratamento precoce”, exaltou os atos do 7 de Setembro e falou sobre defesa da soberania e “sensacionalismo” com as pautas do meio ambiente.
O chefe do Executivo teve uma agenda cheia no evento em 2019. Ele se reuniu com o ex-prefeito de Nova York Rudolf Giuliani e com o ex-presidente norte-americano Donald Trump, entre outros compromissos. No discurso, Bolsonaro criticou Cuba e Venezuela.
Essas viagens costumam ser aproveitadas para melhorar a imagem do país no exterior, discutir alianças e acordos diplomáticos.