Levantamento feito pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) a partir de registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revela que, nos primeiros sete meses de 2022, 83% dos acidentes em rodovias federais podem ser atribuídos ao fator humano.
Neste período, 10% dos acidentes estavam relacionados às condições da via, enquanto o veículo e as condições do ambiente aparecem, respectivamente, em 2% das ocorrências analisadas.
Entre janeiro e julho deste ano, cerca de 13 mil ocorrências de trânsito nas rodovias federais brasileiras foram causadas por questões relacionadas à saúde dos motoristas. Ao todo, mais de 13 mil pessoas ficaram feridas e 881 perderam a vida em acidentes deste tipo.
Segundo o levantamento, houve aumento de 20% nas vítimas de acidentes atribuídos à saúde do condutor nos primeiros sete meses de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre os fatores mais comuns que provocaram os acidentes neste ano estão a falta de atenção, a sonolência do condutor, a ingestão de álcool e/ou drogas e mal súbito no volante, nesta ordem. A Abramet contabiliza 567 óbitos em rodovias federais de janeiro a julho de 2022 relacionados a essas causas. No mesmo período de 2021, foram 544. O aumento é de pouco mais de 4%.
Apenas na 9ª posição do ranking aparece um fator relacionado à condição da via, que é o acúmulo de água sobre o pavimento. É só na 30ª posição que um fator relacionado às condições do veículo aparece no ranking de principais causas de acidentes nas rodovias federais do país; neste caso, é a carga excessiva ou mal acondicionada o fator de risco.
O estudo foi divulgado pela Abramet nesta quinta-feira (22), com o intuito de alertar a população e autoridades do país durante a Semana Nacional do Trânsito.
O presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, pontua que “a saúde do condutor é um aspecto que deve ser considerado no âmbito de ações e políticas públicas destinadas à redução dos indicadores e reforça o estímulo à realização periódica do Exame de Aptidão Física e Mental pelo motorista, mecanismo considerado decisivo para a redução da mortalidade no trânsito”.