O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (22) que o Brasil não comprará a vacina CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac e que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, porque o medicamento não transmite segurança "pela sua origem" e não tem credibilidade.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, na noite de quarta-feira (21), Bolsonaro foi questionado se autorizaria a compra da CoronaVac se houvesse registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e respondeu que não.
"Da China não compraremos. Não acredito que ela transmita segurança para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso", garantiu.
Bolsonaro foi questionado ainda sobre quais as razões o levou a vetar, na véspera, a compra pelo governo federal da vacina chinesa. "Credibilidade", respondeu. "A ideia é dar espaço a outras vacinas mais confiáveis. Confiança também."
"A da China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população. Até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá", afirmou.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e apenas em 2020 já importou 53,4 bilhões de dólares de produtos brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Economia.
Na entrevista, o presidente lembrou a intensa relação comercial do Brasil com o país asiático, mas disse que, em alguns pontos é possível não estar "totalmente alinhado".
Procurada, a embaixada da China no Brasil não respondeu de imediato a um pedido de comentário feito pela Reuters. A CoronaVac está em teste no Brasil dentro de um acordo de produção e transferência de tecnologia entre a Sinovac e o Instituto Butantan, que pertence ao governo de São Paulo e é um dos principais produtores das vacinas usadas no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.