A mãe da criança de 9 anos que confessou ter matado 23 animais em uma clínica veterinária, em Nova Fátima, no Norte do Paraná, revelou que o filho estava apanhando na escola. Ele vai ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, segundo o Ministério Público.
Em mensagens encaminhadas ao Grupo RIC, a mãe afirmou que o menino já está em tratamento psicológico e que o caso foi um “choque” para toda a família.
“Meu filho já está em tratamento psicológico. Foi um choque para todos nós, não somente para os de fora. Nós da família estamos muito abalados com tudo isso. Só Deus sabe como estamos mediante a todo ocorrido, aos comentários que acompanho. Ele sempre teve uma boa relação com os amigos, familiares e animais. Sempre foi um menino carismático e doce”, disse a mãe.
Além disso, ela revelou que depois do ocorrido, descobriu que o filho estava apanhando de uma outra criança da escola. O menino foi afastado da instituição por 15 dias.
Relembre o caso
Lúcio Barreto, veterinário e dono da clínica que acolhe animais em Nova Fátima, no Paraná, revelou o que o menino de apenas 9 anos disse à Polícia Civil.
“Ele não demonstrou muito remorso, aparentemente até tranquilo. Perguntei se ele não tinha dó do coelhinho, e ele respondeu ‘mais ou menos'”, contou Barreto.
No dia anterior ao massacre, o garoto, que não teria apresentado qualquer comportamento violento até hoje, participou da inauguração da fazendinha no hospital veterinário. Os proprietários do lugar, ao verem as cenas do menino pulando o pequeno muro com seu cão, registradas pelas câmeras de segurança, imaginaram que ele só queria brincar com os animais, uma vez que manifestou interesse com os pets durante o ato inaugural realizado no sábado (12).
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O que diz a lei brasileira
Pela lei brasileira, alguém menor de 18 anos é considerado inimputável, ou seja, não se pode imputar a esse jovem o cometimento de um crime e responsabilizá-lo penalmente. No entanto, há uma legislação especial para os menores, que são acusados de atos infracionais análogos às ações criminais cometidas.
Ainda que exista tal previsão legal para os menores, uma criança menor de 12 anos não pode responder nem mesmo nessa esfera, a dos atos infracionais. Ela é considerada totalmente inimputável e jamais poderá sofrer algum tipo de processo ou punição por conta de uma conduta dita criminosa, no caso de ter sido cometida por um maior de 18 anos ou por um adolescente de 12 a 17.
A Polícia Civil do Paraná informou que o caso foi registrado na delegacia de Fátima e que os investigadores recolheram as imagens de circuito de segurança para comprovar a autoria da chacina animal, mas informou que não haverá qualquer ação contra o menino, o que seria frontalmente contra a lei.