
As investigações sobre o feminicídio ocorrido nesta terça-feira (21) em Três Lagoas revelam que Laura Rosa Gonçalves, de 43 anos, já havia agredido a companheira, Soleni Aparecida Ferreira Corrêa, de 46, em outras ocasiões. Em julho deste ano, a Justiça de Campo Grande havia concedido medidas protetivas em favor da vítima, após uma das agressões fraturar o braço de Soleni.
Na época, Laura chegou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica por conta das agressões anteriores. Mesmo assim, há cerca de dois meses, Soleni decidiu retomar o relacionamento e se mudou para Três Lagoas, onde o casal voltou a conviver.
De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu durante uma discussão motivada por ciúmes e desentendimentos financeiros. Laura relatou em depoimento que, durante a briga, foi ferida na mão com uma faca e, em seguida, imobilizou Soleni pelo pescoço até a morte. A suspeita alegou ainda acreditar que a vítima estaria “incorporada por espíritos” no momento da agressão.
Vizinhos ouviram a discussão e acionaram a Polícia Militar. O Samu foi chamado e constatou o óbito no local. Após o crime, Laura deixou a residência, mas se apresentou à polícia pouco depois.
A delegada responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Sayara Quintero, confirmou a prisão em flagrante e representou pela conversão em prisão preventiva. “O crime ocorreu em contexto de violência doméstica, e, diante da gravidade dos fatos, a prisão preventiva é necessária para garantir a ordem pública”, afirmou.
A faca usada no crime e dois celulares foram apreendidos. As investigações seguem sob responsabilidade da equipe da DAM de Três Lagoas.