
O indígena Ubaldo Fernandes, Guarani Kaiowá de uma aldeia de Paranhos faz parte do programa e falou sobre como a iniciativa trouxe esperança de dias melhores para famílias indígenas de Mato Grosso do Sul.
Com o acompanhamento de servidores da prefeitura do município, assistência técnica do Senar, o indígena declarou: “Não precisamos de mais terras. Queremos plantar na que nós já temos”. O pequeno agricultor indígena comenta: “Antes a gente não tinha conhecimento e plantava só mesmo para nosso consumo. Não sabia como plantar direitinho. Agora temos mais comida na mesa e ainda entregamos para o PAA. Temos dinheiro para viver da nossa própria terra”, comemora.
Em pouco mais de 4 hectares, Ubaldo, com ajuda da esposa e o filho, já cultiva (há cerca de dois meses) cebolinha, pimentão e alface e está iniciando o plantio de batata, maracujá e mandioca. Com uma pequena área já cercada, próximo da casa, o indígena já faz planos para produzir mais, ao mesmo tempo em que visita vizinhos para falar de sua experiência e incentivar a participação no programa.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, está viabilizando que agricultores familiares - principalmente dos assentamentos - se tornem fornecedores de alimentos (hortaliças, grãos, produtos processados de origem animal e vegetal e do extrativismo) - mesmo não tendo uma escala na produção.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. O programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. O PAA é executado por estados e municípios em parceria com o Ministério da Cidadania e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), como uma das ações do governo federal para a Inclusão Produtiva Rural das famílias em situação de vulnerabilidade e comunidades tradicionais.
Participação da Semagro
O suporte ao programa no Mato Grosso do Sul fica por conta da Semagro, sob a coordenação da engenheira agrônoma Karla Nadai, que é coordenadora de Agricultura Familiar no Estado, que considera o programa um grande divisor de águas. A agrônoma destaca que, bem estruturado e tendo como principal objetivo a segurança alimentar, o programa serve a uma causa nobre do início ao fim: “Traz renda e alimenta”. Resume.
“Os indígenas estão começando e precisam, além de aprender a produzir cada vez mais e melhor, aprender a lidar com as finanças. Ao identificar esse desafio o Estado e seus parceiros voltam sua atenção para adequação de políticas públicas que possam sanar essas demandas. O que podemos afirmar hoje é que a participação deles (indígenas) no PAA é um caminho sem volta”, conclui Nadai.
Para o superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar da Semagro, Rogério Beretta, que fez questão de visitar várias propriedades de Paranhos (junto de Giliard Lunardi de Oliveira, coordenador local do PAA) e conversar com os ‘novos produtores’ a integração das ações dos Governos com o setor produtivo (através da Famasul/Senar) tem sido fundamental para garantir o sucesso do programa, que trabalha por algo que não pode esperar, como ele próprio definiu:
“A segurança alimentar é prioridade. É urgente garantir alimentação de qualidade nas escolas, nos hospitais e para as famílias em situação de pobreza extrema. Ao mesmo tempo é necessário oferecer aos assentados e indígenas meios de comercializar sua produção. Fechamos o ciclo - alimentando e gerando renda - e não queremos parar por aí”. Completou, lembrando que o programa tem grandes condições de ser ampliado e atender cada vez mais famílias no Estado.
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