A Promotoria de São Paulo denunciou, nesta 4ª feira (22.mar), a estudante de medicina Alicia Dudy Muller, de 25 anos, por oito estelionatos e um tentado. Alicia é acusada de ter desviado quase R$ 1 milhão dos fundos de formatura da sua turma na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e já confessou o crime.
A estudante era presidente da comissão que organizaria o evento e nunca registrou um estatuto elaborado pelos estudantes, que obrigava a assinatura prévia dela, do vice-presidente, do tesoureiro, além de, no mínimo, mais dois membros da comissão, autorizando qualquer transferência bancária para às respectivas contas pessoais.
O promotor responsável pela denúncia, Fabiano Pavan Severiano, traça uma linha cronológica das ações de Alicia. De acordo com o documento, no dia 17 de novembro de 2021, a estudante entrou em contato com a empresa responsável pela festa de formatura, A. S. Formaturas, solicitando a transferência de todo o dinheiro disponível naquele momento. A operação bancária aconteceu, com consentimento dos alunos, no dia 25 do mesmo mês.
Além disso, o ofício vai trazendo todas as transferências que foram realizadas, ao longo de 2022, para o nome da golpista. Já nesse caso, a estudante começou a ocultar de seus colegas que continuava a receber os valores da empresa, além de estar usando o dinheiro em benefício próprio.
Ela ainda tentou resgatar mais dinheiro em 2023, mas não obteve sucesso, pois as vítimas já haviam descoberto o golpe. Antes, Alicia foi indiciada pela Polícia Civil por apropriação indébita, mas o Ministério Público não concordou com a prisão da jovem neste termo legal e pediu que o inquérito retornasse à delegacia.
Segundo a Lei, Apropriação Indébita é o mesmo que "apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção", com reclusão, de um a quatro anos, e multa. Já Estelionato configura "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento", com pena que varia de um a cinco anos, além de multa.