O fenômeno Lã Nina continua atuando em Mato Grosso do Sul e prejudicando os níveis de chuva neste ano. O balanço do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), publicado nesta segunda-feira (22), aponta que os próximos três meses devem ser severos e críticos, principalmente para a região leste e do bolsão do Estado.
O diagnóstico do mês de julho intensifica o alerta para chuvas pouco significativas, municípios tiveram menos de 1 mm de chuva por 27 a 31 dias, ou seja, praticamente o mês todo sem chuva. Enquanto apenas as cidades de Nioaque, Maracaju, Bonito, Guias Lopes da Laguna, Mundo Novo, Eldorado e Japorã os acumulados de chuvas variaram entre 15 a 30 mm.
Para se ter uma ideia do défice em acumulados, em Iguatemi houve desvio climatológico de 93%, pois choveu apenas 3,8 mm; Santa Rita do Pardo apenas 0,6 mm, o desvio de 98%; Camapuã choveu 1,4 mm, desvio climatológico de 95%; e em Santa Rita do Pardo de 95% de desvio, já que registro foi de 1,8 mm.
Todos os municípios estão classificados na seca, desde a seca fraca a excepcional. As cidades em estado extremo e excepcional são: Anastácio, Aparecida do Taboado, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Cassilândia, Inocência, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque, Paranaíba, Porto Murtinho e Sete Quedas.
Lã Nina
Na maior parte do Estado as chuvas variam entre 300 e 400 mm para o trimestre. A previsão probabilística indica que as chuvas ficarão entre 40 e 50% abaixo da média climatológica, principalmente no extremo sul de Mato Grosso do Sul.
O prognóstico para os meses de setembro, outubro e novembro é de chuvas abaixo na média e seca, devido à atuação do fenômeno Lã Nina. A média climatológica para o trimestre indica que as chuvas devem variar entre 200 e 500 mm no Estado. Já nas regiões do Bolsão, em Brasilândia, e Pantanal, como em Corumbá, as chuvas variam entre 200 e 300 mm e na região Sul-Fronteira, Bela Vista e Ponta Porã, entre 400 e 500 mm.
O Governo de Mato Grosso do Sul já declarou estado de emergência em 14 cidades, decreto influenciado por estudos que indicavam extrema seca. Quase um mês desde o seu início, o inverno não tem causado o frio esperado em Mato Grosso do Sul. Historicamente, os meses entre maio e julho costumam ser os mais gelados, mas neste ano, faz calor de até 33°C no Estado.
Há um ano, Mato Grosso do Sul registrava uma geada com sensação térmica de -5°C. E reportagem no mesmo mês indicava uma onda de frio com temperaturas de 3°C para o Estado.