Uma criança de 5 anos morreu nesta terça-feira (22) após ser picada por um escorpião na semana passada. O caso aconteceu em Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande, e a criança estava internada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, na Capital.
Uma nota de pesar pela morte do menino está sendo compartilhada nas redes sociais. A criança teria sido picada pelo escorpião ao colocar um sapato, enquanto se arrumava para ir à escola.
Duas mortes de crianças em 2022 causadas por escorpião
No ano passado, duas crianças, uma menina de três anos e um garoto de sete, de Paranaíba e Cassilândia, morreram por picada do animal peçonhento. A incidência pode ter influência com o clima úmido e calor intenso.
O ataque de escorpião a duas crianças em um curto espaço de tempo reacendeu um grave alerta para as picadas desse animal, que podem levar a morte. Em caso de acidente, o paciente deve ser levado para tratamento imediato. Porém, em Mato Grosso do Sul nem todas as cidades disponibilizam soro antiescorpiônico.
Procure um médico
Levantamento do Civitox MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica de Mato Grosso do Sul) aponta 3.205 ataques de escorpiões em 2022, sendo 1.101 em Campo Grande.
O responsável clínico do Civitox MS e professor adjunto de dermatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Alexandre Moretti de Lima, explica que a primeira coisa a fazer após uma picada de escorpião é procurar imediatamente o atendimento de emergência para verificar a gravidade do acidente.
“É importante levar o escorpião porque no posto de saúde vai tirar foto e mandar para os biólogos do Civitox para analisar a espécie”, ele orienta.
Geralmente, com o uso de pá ou vassouras, as pessoas empurram o escorpião para dentro de um frasco.
Alexandre afirma que a maioria dos casos são leves e os tratamentos geralmente são para dor. Contudo, há uma parte de casos moderados e graves que necessitam de soro antiescorpiônico.
Como evitar o escorpião?
Campo Grande ainda não vive a época mais propícia para aparecimento de escorpiões, que seriam primavera e verão. Contudo, como o inverno no Estado tem a tendência de ser mais quente, alguns animais saem das tocas, bueiros, esgotos, caixas de gordura à procura de alimentos.
“É importante manter o condicionamento dos lixos sempre fechados, armazenados em locais específicos, evitar entulhos, deixar sempre limpo terrenos baldios. Em casa, é fundamental fechar ralo, frestas, colocar água sanitária nos ralos, nos buraquinhos em que eles podem sair, diminuindo a proliferação”, explica o especialista.
Todas essas dicas são importantes para evitar o aparecimento de escorpiões e dos insetos, como baratas e moscas, que são o alimento do animal peçonhento.
“A dedetização ajuda a controlar os insetos. Se controla os alimentos, você não traz o escorpião para próximo do ser humano”, afirma Alexandre.
Ele também ressalta a importância de monitorar as crianças, já que elas são as mais vulneráveis para casos graves. Os sintomas iniciais que indicam sinal da gravidade são náuseas, vômitos, salivação e palidez.