A senadora Simone Tebet (MDB-MS), integrante do gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), poderá levar para Brasília (DF) o atual titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, para trabalhar consigo no ministério que vier a ocupar.
Atualmente, a possibilidade mais concreta é de que Simone Tebet ocupe o Ministério do Meio Ambiente. A informação foi obtida em uma conversa ao pé do ouvido com o atual secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Rocha (MDB).
Simone Tebet também já foi cogitada em outros ministérios, mas a nomeação dela para a Pasta do Meio Ambiente, uma das que mais deve ter evidência nos próximos anos, tem ganhado força.
Jaime Verruck já pensava em participar da equipe ministerial do Meio Ambiente ou da Agricultura com uma eventual reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em 30 de outubro.
*Saiba
Simone homenageia presidente eleito do BID
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) apresentou voto de aplauso a Ilan Goldfajn pela eleição à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “É um evento histórico e deve ser celebrado. Pela primeira vez, em 63 anos de existência, o BID será presidido por um brasileiro”, comemorou.
O atual titular da Semagro, porém, nunca imaginou integrar o governo Lula.
A conversa entre Rocha e Verruck aconteceu na solenidade de entrega de medalhas da Ordem do Mérito e do Colar do Mérito Pantaneiro, evento que ocorreu na segunda-feira, no auditório do Bioparque Pantanal.
Verruck foi um dos homenageados pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Rocha disse que o Ministério do Meio Ambiente pode ser ocupado por Simone Tebet. O assunto está sendo tratado diretamente com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas não é só o Meio Ambiente que está sendo colocado à disposição de Simone. Ela é cogitada, também, para ocupar o Ministério de Desenvolvimento Econômico.
O problema é a resistência de uma ala do PT contra a ideia de entregar este ministério, que tem grande volume orçamentário, à senadora sul-mato-grossense.
Por outro lado, uma ala do PT e da ampla aliança feita por Lula já enxerga com bons olhos a ida de Simone Tebet para o Meio Ambiente.
Comprometida com o combate ao desmatamento e a preservação dos biomas, a senadora – que é produtora rural – também tem um bom diálogo com o agronegócio e com a bancada ruralista, característica que pode aliviar a tensão deste setor, bem alinhado com o bolsonarismo, com o presidente eleito.
Marina Silva, favorita para ocupar o Ministério do Meio Ambiente, ocuparia um novo cargo a ser criado no governo Lula, o de autoridade ambiental brasileira.
Isolado
Jaime Verruck confidenciou a amigos sua chateação por estar sendo excluído do projeto de governo de Eduardo Riedel (PSDB). Ele já teria falado, também, com assessores próximos que nem sequer foi chamado pele governador eleita para tratar da transição.
Verruck não engoliu, ainda, o veto de sua candidatura a deputado federal. Ele disse que tinha se preparado para concorrer às eleições, mas foi surpreendido com a rejeição da indicação do seu nome.
Mesmo assim, decidiu permanecer no governo por lealdade ao atual governador, Reinaldo Azambuja.
O plano de Verruck era o de ocupar algum cargo no Ministério da Agricultura em um eventual segundo governo de Bolsonaro.
Ele seria apadrinhado pela ex-ministra e senadora eleita Tereza Cristina (PP), mas acabou sendo surpreendido esta semana com a conversa de Eduardo Rocha sobre o interesse de Simone de levá-lo para um cargo no ministério que for ocupar no governo Lula.
Verruck já levou ao conhecimento de seus assessores diretos a informação de que poderá participar do governo Lula a convite de Simone.