A esposa de um pastor evangélico, de 51 anos, acusado de assediar uma fiel, na igreja do Jardim Macaúbas, em Campo Grande, confessou em público que sabia dos casos. O templo, que fica na rua Triângulo Mineiro, foi fechado por ela em razão dos escândalos. As informações vêm de quatro fontes, entre elas a mãe da denunciante e outros membros da igreja.
A vítima revelou o caso para os pais no dia 8 de fevereiro e, a partir daí, a notícia se espalhou entre os frequentadores do Ministério, inclusive os prints de mensagens trocadas entre o criminoso e a fiel, onde ele mostra o pênis.
No domingo seguinte, dia 14, o pastor não apareceu no culto, somente a mulher dele. Ela pegou o microfone e disse que sabia dos casos de assédio e admitiu que o pênis nas imagens era do esposo.
Na ocasião, dizem as testemunhas, ela chorou e disse que não compactuava com as atitudes dele, inclusive prometeu se separar. No entanto, prosseguiu com o casamento. Com a repercussão do caso, a maior parte dos fiéis abandou a igreja.
Intimidação
A mãe da vítima, de 50 anos, disse que somente agora que está se recuperando do choque em ver a filha abusada. Ela conta que dias antes da esposa confessar que sabia dos casos, ela e o acusado foram até a casa dela, tentar intimidar a filha.
‘’Eles intimidam as vítimas até elas dizerem que é mentira’’, lamenta a mãe da fiel atacada. "
... não deixei eles se aproximarem da minha filha". Expliquei para a mulher do pastor que o marido dela é um monstro... ela chorou e disse que estava destruída’’.
A mãe da vítima critica os ataques sofridos por ela e esclarece que a filha fingiu ‘’dar corda’’ para o criminoso apenas para coletar provas. As fotos de seios e decotes, que eram pedidos por ele, foram pegas aleatoriamente na internet e não são do corpo dela.
Brincadeira?
Outro motivo de revolta por parte dela é que o pastor teria dito para o pai da vítima se ele o perdoaria pela ‘’brincadeira’’ que fez com a filha dele.
A dona de casa disse que, na condição de mulher, sente as dores que a filha sofreu.
‘’... é uma dor incalculável. A mulher é diferente do homem. Se tocou nela já é uma violência. Ninguém tem o direito de invadir o corpo de ninguém’’, refletiu a dona de casa.
Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia da Mulher em Campo Grande.
O Vigilante tentou contato com o pastor, mas não atendeu. Não conseguimos contato com a esposa do suspeito. O espaço está aberto à manifestação dos envolvidos.
Entenda o Caso
Uma Mulher de 29 anos denunciou um pastor evangélico de 51 anos à Polícia Civil, depois de várias situações de assédio, em uma igreja na rua Triângulo Mineiro, Jardim Macaúbas, em Campo Grande. Ele teria a agarrado e beijado à força, além de enviar fotos do pênis.
Conforme o relato da vítima, o caso ocorreu na tarde de 4 de fevereiro. Ela foi limpar um cômodo nos fundos da igreja, a convite do pastor e da esposa dele. O ataque teria ocorrido assim que a mulher foi ao mercado comprar sabão.
‘’Ele me abraçou e me manteve abraçada...aí começou a querer me beijar e dizia: ‘me dá uma bitoquinha?’. Só que eu virava o rosto e ele alcançava apenas a bochecha...’’, detalhou a vítima. A mulher se disse chocada, já que o homem é muito próximo da família, era carinhoso com ela e sempre a chamava de ‘’filha’’.
Ainda segundo o relato, nos dias seguintes ela ficou assustada, mas teve de fingir que nada ocorreu. Na sequência, ele passou a enviar mensagens no aplicativo WhatsApp.
‘’No começo eram só figurinhas, gifs (fotos animadas)’’, diz a vítima. Mas depois o tom mudou e ele passou a sinalizar que queria falar sobre sexo.
A vítima contava o caso apenas para a irmã, que sugeriu a ela fingir que estava aceitando o assédio para coletar provas. É o que foi feito. A fiel passou a responder as mensagens, quando ele pediu fotos do corpo dela. Ainda orientada pela irmã, a jovem pegou fotos aleatórias de seios e decotes na internet e enviou ao pastor. Em uma das ocasiões, ele retribuiu com uma foto de cueca. Depois, mandou a foto do pênis.
‘’Um membro da igreja viu as fotos e reconheceu o piso do banheiro onde ele tirou a foto do pênis’’, garante a fiel assediada.
O pastor, segue a denunciante, usava a estratégia de mandar fotos e mensagens e, segundos depois, apagar, para não deixar rastro. No entanto, ela baixou um aplicativo que recupera as mensagens deletadas. Depois de conseguir as provas, o assédio foi revelado aos pais, que ficaram chocados.
‘’Minha mãe está melhorando...no começo não conseguia nem levantar...meu pai não tem condições de encontrá-lo, se não dá um tiro nele’’, lamentou a jovem.
A denúncia se espalhou para a igreja e a vítima disse ter sido procurada por outras meninas que também sofreram abuso, mas não tiveram coragem de denunciar, em razão do suspeito ser o líder do Ministério.
‘’Só quero que ele pague...não só por mim, mas por todas as vítimas...são 16 no total. Não saio de casa. Não sei o que ele pode fazer...me atropelar, sequestrar...’’, desabafa.