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Sexta, 05 de julho de 2024

'Dama de vermelho' que parou trânsito com homens armados no DF fazia ensaio de casamento; polícia investiga

A noiva que aparece nas imagens foi identificada como Dilma Lane Coutinho de Castro Barbosa.

24 de fev 2022 - 08h:25 Créditos: G1
Crédito: G1

A mulher e o grupo de homens armados que pararam o trânsito na avenida Samdu Norte, em Taguatinga, no Distrito Federal, participavam de um ensaio de casamento. Segundo as autoridades, a intervenção na via foi feita sem qualquer autorização e impediu o tráfego de carros e ônibus por alguns minutos. A ação foi flagrada em vídeo, na terça-feira (23) (assista acima).

A Polícia Civil informou que abriu uma investigação para apurar o caso. O inquérito está a cargo da 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga. Um dos objetivos é descobrir se as armas usadas pelos participantes eram verdadeiras ou falsas (veja detalhes abaixo).


A noiva que aparece nas imagens foi identificada como Dilma Lane Coutinho de Castro Barbosa. Ela chegou a postar, nas redes sociais, imagens feitas no mesmo dia do vídeo, nas quais aparecia com o noivo em um estande de tiro.

Após a repercussão do caso, ela excluiu perfis em redes sociais e não respondeu às tentativas de contato da reportagem. Segundo amigos do casal, eles estão em lua de mel e vão prestar depoimento após voltarem de viagem.

Casal faz fotos em estande de tiros no DF — Foto: Reprodução/Instagram

Casal faz fotos em estande de tiros no DF — Foto: Reprodução/Instagram


Trânsito parado


Amigos do casal disseram à TV Globo que tanto Dilma quanto o noivo são Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs), e que os demais homens que aparecem na filmagem são da mesma categoria.

O vídeo mostra o grupo armado enquanto a noiva passava pela avenida. Nesse período, diversos carros e até um ônibus foram impedidos de passar pela rua.

Homens armados param trânsito para que mulher de vermelho atravesse pista, no DF — Foto: Reprodução

Homens armados param trânsito para que mulher de vermelho atravesse pista, no DF — Foto: Reprodução

Segundo os amigos do casal, o fotógrafo que fazia o ensaio teve a ideia de fazer a intervenção na via. No entanto, não havia qualquer autorização nesse sentido. O Departamento de Trânsito (Detran-DF) disse que a Diretoria de Engenharia não permitiu interdição no local.

A Polícia Militar informou que não teve conhecimento do fato e nem foi acionada para ocorrência nessa localidade. Já a Administração Regional de Taguatinga, o DF Legal, e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) disseram que não receberam nenhum pedido ou têm qualquer conhecimento sobre o evento.


Investigação da Polícia Civil


Em nota divulgada nesta quarta-feira (23), a Polícia Civil informou que o delegado-geral da corporação, Robson Cândido, determinou a investigação do caso para comprovar se as armas de fogo que aparecem nas imagens são verdadeiras e, ainda, identificar os envolvidos que praticaram a ação.

Segundo a PCDF, há informações de que próximo do local onde foi feito o bloqueio da rua, existe um clube de tiro, mas não se sabe se o evento foi promovido pelo estabelecimento comercial.


"A PCDF irá apurar todos os detalhes que cercaram a produção desse vídeo. Será esclarecido se armas são, de fato, reais, e em quais circunstâncias elas estavam sendo usadas", disse Robson Cândido.


Delegado-geral da PCDF, Robson Cândido. — Foto: Elielton Lopes/G1

Delegado-geral da PCDF, Robson Cândido. — Foto: Elielton Lopes/G1

Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que, pelas imagens, as armas aparentam ser reais. Isso porque as falsas possuem pontas coloridas, para serem identificadas.

Já a Loja do Pescador e Militar, clube de tiro próximo ao local onde ocorreu a intervenção, disse reprovar o evento. Em nota divulgada na terça, a empresa afirmou que o ato "não reflete os princípios e valores da empresa".

"As imagens veiculadas ferem os valores dos CACs e em nada ajudam a política armamentista, que deve ser o foco maior de todos os esforcos daqueles praticantes do desporto, colecionismo e controle de pragas invasoras. Ressaltamos que estamos apurando as responsabilidades dos envolvidos e as pessoas que forem identificadas serão responsabilizadas administrativamente, civil e criminalmente", diz o texto.

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