Campo-grandenses que habitam as margens do córrego da Avenida Ernesto Geisel continuam relatando indignação com a situação de abandono do local. Nesta semana, a redação do Correio do Estado compareceu no trecho que corresponde à localização do Shopping Norte Sul Plaza até o Aero Rancho.
O que se vê na região é o retrato do abandono e falta de cuidados no córrego, há, por todos os lados, matagal alto, lixo e alguns acampamentos de moradores de rua.
A população da localidade relata não aguentar mais conviver com a sujeira e situação de abandono. Além disso, estão enfrentando uma onda de assaltos na região.
Segundo um morador que escolheu não se identificar, tem acontecido muitos roubos de fios de iluminação, tanto pública, quanto das casas ao redor. Até os padrões de energia têm sido levados.
Segundo os moradores, os furtos costumam ser cometidos pelos moradores de rua que geralmente estão sob o efeito de substâncias psicoativas.
Anteriormente
No começo de março, o Correio do Estado realizou uma denúncia sobre a Avenida Ernesto Geisel virar local de descarte irregular de lixo.
Conforme relatado, a avenida, considerada uma das principais vias de Campo Grande, se tornou um verdadeiro depósito de restos de móveis, pneus, sacos de lixo e entulhos de construções.
O trecho próximo ao shopping já assustava quem passava pelo local, e agora não está diferente.
Dias depois dessa denúncia, a Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) realizou uma limpeza na localidade. A qual, segundo a Secretaria, fazia parte da manutenção do local.
Entretanto, moradores ligaram para o Correio do Estado denunciando que depois disso não houve mais manutenção. Um morador da região, que não quis se identificar, contou que a limpeza realizada não foi a melhor de todas.
“Fizeram uma limpeza ‘meia boca’. A prefeitura mexeu para alargar o córrego e não ter mais inundação. Agora, o problema é o mato alto que fica crescendo dentro dele e ninguém cuida”, desabafou o morador.
Segundo o morador, o descarte irregular de lixo continua sem fiscalização. Além disso, ele reforça que a insegurança só tem aumentado, com roubos frequentes.
Insegurança
Além da cobrança por mais higiene, os moradores cobram por segurança na localização.
Eles foram atrás de ajuda das autoridades, mas, segundo um dos moradores, esses contatos não têm surtido em atitudes que realmente resolvam o problema da insegurança.
A Assistência Municipal de Assistência Social (SAS) é a encarregada de lidar com os casos dos moradores que costumam estar sob o efeito de substâncias psicoativas.
Segundo a SAS, sempre é oferecida ajuda para as pessoas em situação de rua possam acessar recursos como acompanhamento psicológico e alojamento para que consigam retomar uma vida mais próxima ao normal.
Ao ser contatada, a assessoria informou que o órgão não possui legitimidade para retirar a população da rua de forma coercitiva. É necessário que a pessoa aceite a ajuda.
Para tanto, a SAS relata estar fazendo visitas frequentes, que acontecem em vários horários do dia, na tentativa de que alguma abordagem convença os dependentes químicos a aceitarem o acolhimento.
Desse modo, a não ser que os moradores de rua aceitem, nada pode ser feito pela SAS para que eles não fiquem acampados nas margens do córrego.
Sobre a situação de roubos e furtos, a Guarda Municipal de Campo Grande explicou ser imprescindível que a população relate as denúncias de forma oficial, ligando para os telefones 153, da Guarda Municipal, ou para o 190, da Polícia Militar.
Além disso, é importante a existência do registro de um Boletim de Ocorrência dos roubos e furtos.
A Guarda relatou que apenas com esses registros oficiais se torna possível intensificar as rondas nas regiões onde acontece os últimos crimes.
Segundo a Guarda, esses crimes costumam mudar muito de localidade, ficando mais difícil realizar um mapeamento. Desse modo, é imprescindível os registros oficiais para que as rondas sejam organizadas.
Sobre os roubos de fios, a Guarda informou haver uma operação em andamento para solucionar os problemas dos furtos, a qual é denominada como Operação Ferro Velho.