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Terça, 03 de dezembro de 2024

Em protesto a grupo preso por ocupação de condomínio, indígenas bloqueiam rodovia de Dourados

Trecho de bloqueio dá acesso a Itaporã e Campo Grande

24 de abr 2023 - 15h:43 Créditos: Marcos Morandi e Karina Campo/Midiamax
Crédito: Marcos Morandi, Midiamax

Familiares e companheiras de indígenas presos pela ocupação em uma área de condomínio de luxo de Dourados, a 223 quilômetros de Campo Grande, bloqueiam um trecho perimetral que dá acesso a Itaporã e Campo Grande, próximo a BR-163, na manhã deste sábado (22). Lideranças denunciaram maus-tratos contra nove indígenas, que permanecem presos desde o dia 8 deste mês.

O bloqueio em ambos sentidos da via causa um pequeno congestionamento de caminhões. Uma das lideranças, esposa de um dos indígenas presos, disse ao Jornal Midiamax que pedem por justiça e soltura dos grupo. O trecho está bloqueado com galhos de árvores e pedaços de madeira.

Por enquanto, não há presença de equipes policiais no local. Cerca de 20 indígenas fazem uma barreira humana no local pedindo que o Poder Público atue a favor da libertação das pessoas que ocupavam o terreno disputado por empresa privada e povos indígenas da etnia Guarani-Kaiowá.

Pequeno congestionamento (Foto: Marcos Morandi)

 

Maus-tratos

Esposas de indígenas presos há duas semanas em Dourados, após desocupação de área reivindicada como tradicional, denunciam maus-tratos. Também há relatos de que algumas provas usadas no flagrante teriam sido forjadas. Levados pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, 9 deles cumprem prisão preventiva na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

"Essas armas que a Polícia Militar fala que foram encontradas com nossos patrícios não eram deles. Trouxeram para incriminar a gente, para justificar uma prisão injusta", comenta uma liderança acampada na retomada Yvu Verá.

No entendimento do indígena, a polícia não teria usado a verdade no dia em que esteve na área reivindicada pela comunidade e também pela empresa que iniciou a construção do muro do condomínio. “Onde que nós indígenas vamos ter dinheiro para comprar uma arma daquelas lá?”, questiona.

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