A Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) abriu licitação para a compra de 60 mil mudas de erva-mate pelo valor de R$ 130,2 mil. O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado, nesta quarta-feira (24).
O objetivo é adquirir essas mudas, tanto para o tereré como para o chimarrão e chá mate, com recursos federais para atender demanda da Agraer e do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para apoiar a agricultura familiar.
A abrangência do projeto será em dez municípios de Mato Grosso do Sul. São propriedades de agricultura familiar de Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Iguatemi, Japorã, Laguna Carapã, Paranhos, Tacuru e duas em Ponta Porã, uma delas no Assentamento Itamarati.
As famílias selecionadas se enquadram no Plano Brasil Sem Miséria e estão devidamente enquadradas nas normas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e Cadastro Único.
“A Agraer acredita que é na agricultura familiar que o produto pode ter seu status de 'ouro verde' restituído. Por serem propriedades pequenas, onde as monoculturas muitas vezes são inviáveis, o plantio da erva-mate aliado à necessidade ditada pelo consumo cultural local torna a atividade promissora”, pontuou.
A produção de erva-mate tem decrescido em Mato Grosso do Sul ao longo dos anos. O Estado chegou a ocupar o topo do ranking nacional da produção na época da Companhia Mate Laranjeira, em Dourados.
A empresa teve o monopólio da exploração dos ervais em toda a região, entre os anos de 1882 e 1924.
De acordo com a Agraer, hoje, o Estado apresenta a menor produção nacional, importando 90% de todo o produto consumido pelos sul-mato-grossenses.
“Não há dados específicos a respeito do plantio de erva-mate em Mato Grosso do Sul. Sabe-se apenas que está concentrada principalmente em pequenas propriedades na região sul do Estado que contemplam apenas 10% da necessidade das indústrias ervateiras regionais. O restante é importado do Paraguai, Argentina e de estados da região sul do Brasil”, explicou a agência em nota.
A exploração dessa cultura se dava pela coleta das folhas das árvores naturalmente presentes na paisagem local. Depois, essas vegetações nativas deram lugar a outras formas de exploração produtiva por ser considerada economicamente menos viável em comparação com outros plantios.