Ciro Gomes foi o segundo sabatinado na série de entrevistas ao JN conduzida por William Bonner e Renata Vasconcellos. A estreia ocorreu nesta segunda-feira (22), com Jair Bolsonaro. O presidente, que disputa a reeleição, repetiu mentira sobre urnas eletrônicas, disse que aceitará o resultado das eleições "desde que sejam limpas e transparentes" e defendeu aliança com o Centrão.
"A primeira característica de Ciro, quando se pensa em Ciro Gomes, é justamente a retórica agressiva, esquentada que ele tem. É quase que impossível dissociá-lo desse tipo de performance, do discurso dele. E, de fato, ele é muito duro. Ele é muito agressivo, e às vezes até insultuoso na relação dele tanto com o Bolsonaro quanto com o Lula. Então, a pergunta [feita durante a entrevista] foi entrevista, porque diz assim: 'O senhor quer pacificar, o senhor quer unificar, e está indo frontalmente contra o desejo de mais de 70% dos brasileiros, que já revelaram suas preferências'. Mas, de alguma maneira, ele não tem muita escapatória. Porque, se ele [Ciro] quer ser alternativa, ele precisa de fato enfrentar esses dois adversários [Lula e Bolsonaro]. A dúvida sempre, em relação ao Ciro, é se a forma é a mais adequada.
"Com relação ao PT, ele é um político com uma mágoa muito grande. [...] Ele não supera essa mágoa. Mas também não pode flertar, de modo algum, com Bolsonaro, muito menos com seu eleitorado [bolsonarista]. Então, ele [Ciro] fica bastante espremido. E essa é a grande dificuldade que ele tem para passar a sua mensagem. Mensagem essa que é muito elaborada, muito técnica."