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Sexta, 22 de novembro de 2024

Nova Ferroeste: Municípios podem solicitar audiências no Ibama

No total a ferrovia contempla 49 municípios, sendo oito em Mato Grosso do Sul

25 de fev 2022 - 15h:14 Créditos: Correio do Estado
Crédito: Reprodução

As prefeituras de oito municípios sul-mato-grossenses - abrangidos pelo traçado da Nova Ferroeste -, entidades civis e o Ministério Público têm até 4 de abril para solicitar, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a realização de audiências públicas sobre questões ambientais.

Segundo o Governo de Mato Grosso do Sul, o tema será a mitigação e compensação dos impactos ambientais do empreendimento que vai ligar por trilhos Paranaguá a Maracaju (MS). 

No total a nova ferrovia contempla 49 municípios, sendo oito em Mato Grosso do Sul:: Maracaju, Itaporã, Dourados, Caarapó, Amambai, Eldorado, Iguatemi e Mundo Novo. Mas, nem todos devem fazer audiências públicas.

O prazo teve início com a publicação do edital do Ibama no Diário Oficial da União na última sexta-feira (18). “Isso significa que o Estudo de Impacto Ambiental está aberto para contribuições”, explica Luiz Henrique Fagundes coordenador do Plano Estadual Ferroviário. 

Ainda conforme o Governo de MS, os Interessados devem protocolar o pedido no Ibama através do site do Ibama. É o instituto que, ao fim do prazo de 45 dias da publicação, determinará os locais e datas das audiências. 

Cópias do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) estão disponíveis nas 49 prefeituras dos 

municípios incluídos no traçado e outras 11 instituições indicadas pelo Ibama. O conteúdo pode ser acessado ainda na página da Nova Ferroeste.

De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Secretária de Estado de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) todos os municípios do estado de Mato Grosso do Sul, por onde a ferrovia vai passar, receberam cópia do EIA Rima. 

“Agora então aqueles que acharem interessante fazer alguma discussão em audiência pública têm até essa data para se manifestar formalmente ao Ibama. Estamos animados com o projeto. Ele está caminhando dentro do cronograma e um dos passos importantes é o licenciamento. Nós vamos licitar esse projeto. Vamos fazer o edital de concessão desse projeto com o licenciamento totalmente regularizado”, projetou Verruck.

O coordenador-geral do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), Daniel de Macedo Neto, destaca a relevância dessa etapa de ajustes do empreendimento de acordo com os apontamentos feitos pelos moradores das cidades por onde a estrada de ferro vai passar. 

“É nesse momento do processo de licenciamento ambiental onde o projeto e seus impactos negativos e positivos podem ser discutidos com a sociedade”, diz Macedo.

Empreendimento

Proposto pelo Governo do Paraná, o projeto da Nova Ferroeste vai ampliar a atual Ferroeste – estrada de ferro com 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava. O novo traçado vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, além de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, num total de 1.304 quilômetros.

Durante o EIA foram feitas diversas análises geológicas, da qualidade do ar, da água, análises dos ruídos, além do levantamento da fauna e flora existentes ao longo do trajeto. Estão contidos ainda, dados sobre questões sociais, que envolvem todos os municípios e o entorno.

Também foram objetos de estudo uma comunidade quilombola, no município de Guaíra, e o Território Indígena de Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras. Ambos são localizados na zona de amortecimento da Nova Ferroeste, para os quais estão previstas ações de mitigação e compensação frente aos impactos gerados pela instalação e operação da ferrovia.

O licenciamento ambiental da Nova Ferroeste é conduzido pela secretaria estadual de Infraestrutura e Logística (SEIL). As audiências públicas são uma das etapas finais para a obtenção da Licença Prévia (LP) ambiental. Cabe ao Ibama determinar os locais, dias e horários das audiências.

“Estimamos pelo menos seis municípios no Mato Grosso do Sul e no Paraná, mas a palavra final será do Ibama a depender de quantas solicitações serão feitas até abril”, adianta Luiz Henrique Fagundes. A condução da audiência, bem como a validação, é feita pelo Ibama, com participação do Ministério Público do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

Corredor

Os estudos apontam que no primeiro ano de operação plena vão circular pelos trilhos cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, formando o chamado Corredor Oeste de Exportação. A maior parte será proteína animal e grãos com destino ao Porto de Paranaguá.

O investimento estimado é de R$ 29,4 bilhões e será feito pelo vencedor do leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3), previsto para o segundo trimestre de 2022. Caberá à iniciativa privada executar as obras e explorar a ferrovia por 70 anos.

De acordo com o projeto, o traçado de Maracaju até a divisa com o Paraná tem 333 quilômetros e o investimento previsto para esse trecho é de R$ 4,7 bilhões.

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