A servidora pública estadual Raquel Valasques Portugal, 43 anos, foi presa, na tarde de ontem (24), por dar golpes em salões de beleza luxuosos em Campo Grande (MS). Ela caiu em um estabelecimento localizado no Jardim dos Estados logo após fazer transferência falsa por meio do Pix.
De acordo com a gerente, que deu entrevista com a condição de ter a identidade preservada e que o estabelecimento também não tivesse o nome divulgado, só no salão a mulher gastou cerca de R$ 40 mil. “Ela vem aqui desde janeiro, pelo menos duas vezes por semana. Faz de tudo, pé, mão, cabelo, maquiagem. Nas primeiras vezes ela pagou. Acredito que para ter acesso aos nossos dados, para depois ela começar a editar. Ela editou o comprovante do Pix, entendeu?”, explicou.
A descoberta dos golpes foi no fim de semana, quando proprietários de estabelecimentos no ramo da beleza fizeram grupo no WhatsApp e passaram a trocar informações sobre a cliente. “É uma pessoa que frequenta aqui e os melhores lugares da região. Ela vai em clínicas de estética, faz botox, coisas assim, vai em lojas caras, em salões bons”, revelou a gerente.
Ao receber o alerta, o salão decidiu verificar os comprovantes de pagamento enviados pela cliente e descobriu que, por cerca de 65 vezes, os valores não caíram na conta. “Como aqui a demanda é muito grande, a gente confiava no comprovante enviado por ela”.
Duas profissionais de saúde que trabalham com harmonização facial, uma cirurgiã dentista e uma fisioterapeuta, registraram boletins de ocorrência contra a cliente.
Com a primeira, a investigada fez procedimentos – botox e preenchimentos – no valor de R$ 7 mil em agosto deste ano e com a segunda profissional, fez mais preenchimento e contratou sessões com um aparelho chamado Ultraformer por um total de R$ 13.550,00, no início de setembro.
Nesta terça-feira, quando foi pega, a mulher havia gastado R$ 788 e fez o pagamento com comprovante falso, o salão acionou a Polícia Civil e a funcionária pública foi presa em flagrante pelo crime de estelionato. Conforme consta no Portal da Transparência do Estado, Raquel tem salário de R$ 5.976,75.
Equipe da Polícia Civil a levou para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada). O advogado Patrick Xavier Bernardino da Luz foi chamado no local para representar Raquel, mas não quis conversar com a reportagem e informou que a cliente não irá se manifestar por enquanto.
Os golpes aplicados por Raquel causaram um grande prejuízo aos salões de beleza e clínicas de estética da cidade. Além do valor financeiro, os estabelecimentos também sofreram um impacto na sua reputação e na confiança dos clientes.
A polícia alerta a população para ter cuidado ao receber comprovantes de pagamento por aplicativos de mensagens. É importante confirmar a transação diretamente com a instituição financeira antes de liberar qualquer produto ou serviço.
A Polícia Civil investiga o caso e busca identificar outras possíveis vítimas da golpista. As autoridades ressaltam a importância da denúncia para que casos como esse possam ser esclarecidos e os criminosos punidos.