O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que recebeu uma visita de Kyle Rittenhouse, jovem branco de 18 anos que matou dois manifestantes durante uma marcha contra o racismo, e o chamou de "bom garoto". A revelação, feita ao canal Fox News na última terça-feira, que ocorreu quatro dias após Rittehouse ser absolvido de todas as acusações contra ele por um júri no estado de Wisconsin.
"Ele ligou. Ele queria saber se poderia vir, dizer olá, porque é meu fã", disse Trump em entrevista à emissora americana. "Ele é um bom garoto. Acabou de sair de Mar-a-Lago (resort de luxo do republicano) há pouco tempo e nunca deveria ter passado por isso".
Rittenhouse foi considerado inocente das cinco acusações contra ele por matar a tiros dois ativistas do movimento Black Lives Matter e ferir um terceiro durante protesto antirracismo na cidade de Kenosha em agosto do ano passado. Segundo os jurados, Rittenhouse agiu em "legítima defesa" ao balear os três homens com um rifle AR-15, quando caminhava ao lado de uma milícia armada.
Desde a absolvição, uma série de protestos irromperam nas ruas de várias cidades americanas. Após o julgamento que polarizou o país, foram registrados atos em locais como Portland, Chicago, Nova York e Columbus, segundo o New York Times.
Após a decisão, Trump saiu em defesa de Rittenhouse e o parabenizou por ter sido inocentado. "Parabéns a Kyle Rittenhouse por ser inocentado de todas as acusações", disse o republicano. "Isso se chama ser inocente — e, a propósito, se isso não é legítima defesa, nada é!", emendou.
Nesta quarta-feira, o filho mais velho do ex-presidente, Donald Trump Jr, publicou uma foto de seu pai ao lado de Rittenhouse com a legenda "GOATs", acrônimo para "Greatest of all times", que significa o "maior de todos os tempos" em tradução livre.
O caso
Rittenhouse se juntou a milícias armadas na noite de 25 de agosto durante protestos contra o racismo, impulsionados pelo caso de um homem negro, Jacob Blake, que foi baleado sete vezes nas costas por policiais e ficou paralisado da cintura para baixo.
O caso de Blake ainda ocorreu em meio ao movimento nacional antirracismo, iniciado após o assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco em Minneapolis.