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Quarta, 03 de julho de 2024

Impeachment de Dilma é assunto para historiadores e não para o presidente em exercício

Lula insiste em trazer ao debate público temas que não ajudam a pacificar o país

26 de jan 2023 - 08h:43 Créditos: R7
Crédito: ANDRÉ BORGES/EFE

Ao olhar pelo retrovisor (algo que fazemos por prudência, antes de seguir em frente), fica claro que a insistência de Lula em chamar o impeachment de Dilma Rousseff de "golpe" é um esforço tão inútil quanto intempestivo, fora de hora. E do ponto de vista político, uma estupidez.

Para quem se apresentou nos últimos meses como o pacificador da nação, o presidente eleito, diante de suas seguidas declarações desagregadoras, só tem sido reconhecido como estadista por sua militância cega e os aliados de sempre.

Lula está perdendo seguidas oportunidades de ser um poeta quando não abre a boca. Diante de um país sabidamente dividido ao meio, em plena crise política sem precedentes, com uma série de enormes desafios a enfrentar, insistir na narrativa do "Golpe de 2016" beira a burrice.

Não só pelo fato de o impeachment, tecnicamente, ter seguido todos os ritos processuais disponíveis à época e, pela visão contrária, se fundamentar em argumentos já soterrados pela realidade, esse debate só interessa a historiadores e sociólogos. No momento, é um tema acadêmico e ocioso.

O tão aclamado (e fundamental) estado democrático de direito tem outras pautas muito mais urgentes, para qualquer que seja o viés ideológico. O Brasil está sobre uma placa histórica tectônica, prestes a se abrir embaixo de nós. Todos temos que nos mover com muita consciência e responsabilidade, quanto mais o mandatário máximo do país. Lula precisa, com urgência, praticar a sabedoria de ficar de boca fechada.

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