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Sexta, 29 de março de 2024

'Assassino onde achar', 'barra pesada': filha de Flordelis fez buscas por matador na web, aponta investigação

Marzy da Silva usou a internet para encontrar alguém para matar o padrasto, o pastor Anderson, e também pesquisou por veneno. Ela é uma das 10 presas pelo crime.

26 de ago 2020 - 10h:57 Créditos: Felipe Freire e Marco Antônio Martins, G1 Rio
Crédito: g1.globo.com

Marzy Teixeira da Silva, filha da deputada federal Flordelis, ganhou da mãe uma missão: contratar alguém para matar o pastor Anderson do Carmo. Segundo os investigadores, a deputada entendia que isso seria melhor do que se divorciar de Anderson do Carmo.

Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, que pertence à Polícia Civil do Rio de Janeiro, descobriram que Marzy pesquisou no Google por termos que a levassem a alguém para executar o serviço:


  • "Assassino onde achar"
  • "Alguém da barra pesada"
  • "Barra pesada online"


Marzy também fez buscas por venenos — o pastor foi hospitalizado ao menos cinco vezes com sintomas de envenenamento, segundo a polícia:


  • "Veneno para matar pessoa que seja letal e fácil de comprar"
  • "Cianeto de cobre"


Em depoimento, a própria Marzy confessou que procurou Lucas César dos Santos para contratá-lo para o assassinato do pastor Anderson. Lucas é um dos filhos adotivos do casal e, assim como Marzy, está preso pelo crime.

O depoimento de uma testemunha nas investigações relata que Lucas deixou a casa por não ser bem tratado, indo morar sozinho e passando a integrar uma facção criminosa.

De acordo com os relatos, esse novo perfil do rapaz teria agradado a Flordelis para a execução do plano. Para matar o pastor foi oferecido a Lucas a quantia de R$ 10 mil.

O pagamento estaria na mochila do pastor Anderson, que, segundo depoimentos, sempre carregava ao menos R$ 5 mil em dinheiro. Relógios também foram prometidos ao rapaz para a execução do crime. Entretanto, Lucas divulgou o plano a outras pessoas.

Os relatos, em mensagens de texto, chegaram ao iPad do pastor Anderson, que foi perguntar a outros filhos do casal o que estava acontecendo.

Lucas dos Santos de Souza, filho da deputada Flordelis — Foto: Patrícia Teixeira/G1

Lucas dos Santos de Souza, filho da deputada Flordelis — Foto: Patrícia Teixeira/G1

A investigação aponta que, na madrugada de 16 de junho de 2019, horas antes do crime, Marzy recebeu uma mensagem de texto, sem sentido para os policiais, de Flordelis, por volta de meia-noite.


Às 3h da madrugada, meia hora antes do crime, Marzy estava fora da casa onde Anderson foi executado com mais de 30 tiros. Os policiais descobriram que ela ainda estava acordada e circulando. Às 3h30, o pastor Anderson do Carmo foi assassinado.

Onze pessoas foram denunciadas pela morte do pastor Anderson; 9 são da família do casal — Foto: Reprodução/TV Globo


Relembre o caso



Na última segunda-feira (24), A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam oito pessoas pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros. Segundo as investigações, Flordelis seria a mandante do crime – ela nega.

O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família — o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.

Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo MPRJ. Após o crime, a deputada relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.

A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio.


Sete filhos presos


Com a Operação Lucas 12, o total de filhos do casal presos por participação no crime chegou a sete. Todos já são réus perante a Justiça.

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