Empresas da China e do Japão com experiência em obras de infraestrutura conheceram detalhes do projeto da Nova Ferroeste, uma ferrovia com 1.285 quilômetros de extensão para ligar Maracaju, maior produtor de grãos de Mato Grosso do Sul, até Paranaguá, no litoral paranaense, onde fica o maior porto exportador do agronegócio brasileiro.
Segundo a Agência Estadual de Notícias do Estado do Paraná, a intenção é leiloar a concessão do ramal ferroviário na Bolsa de Valores do Brasil (B3), sediada em São Paulo, no primeiro trimestre de 2022.
Antes disso, devem ser finalizados o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), em setembro, e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), no mês de novembro, para que audiências públicas sejam realizadas ao longo de janeiro e fevereiro do próximo ano nos municípios contemplados pelo traçado da ferrovia, entre eles Dourados.
“O consórcio que vencer a concorrência será responsável, também, pelas obras e poderá explorar a ferrovia por 60 anos”, detalha o governo paranaense, que destacou o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, para apresentar dados preliminares dos estudos aos chineses e japoneses.
“A execução dessa obra vai transformar o Mato Grosso do Sul e o Paraná no segundo maior corredor de exportação de grãos e contêineres refrigerados do país”, afirmou ele nas reuniões ocorridas segunda-feira (23) e terça-feira (24), com executivos da chinesa CREC 10 e da japonesa Mitsui & Co.
O projeto consiste na desestatização da Ferroeste para ampliar a ferrovia já existente, com 248 quilômetros entre os municípios paranaenses de Cascavel e Guarapuava, com obras revitalização e modernização do trecho atual e a construção da nova estrada de ferro nos dois sentidos, ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná.
“O investimento é estimado em R$ 30 bilhões. Serão 1.285 quilômetros de trilhos que devem escoar cerca de 26 milhões de toneladas de produtos para o Porto de Paranaguá no primeiro ano de operação. Este será o segundo maior corredor de exportação de grãos e contêineres refrigerado do país”, informa a Agência Estadual de Notícias do governo paranaense.
De acordo com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o porto de Paranaguá, no Paraná, foi a principal porta de saída da soja em grão e do milho produzidos em território sul-mato-grossense nos primeiros sete meses de 2021.
Conforme o boletim Casa Rural elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), no caso da oleaginosa, foram 2,3 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 925 milhões, equivalente a 53,42% do total de receitas. Já em relação ao cereal, 224,3 mil toneladas e US$ 38,6 milhões, correspondente a 47,55%.