Crédito: Com película de fumaça no céu, sol está alaranjado e tem raios bloqueados. (Foto: Daniel Teixeira) Com tanta fumaça envolvendo a cidade, a qualidade do ar em Campo Grande amanheceu no nível "muito ruim" nesta quinta-feira (26), com tendência a superar o índice mais insalubre registrado pela estação de monitoramento localizada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
O nível é baseado na concentração de materiais poluentes presentes na atmosfera: quanto mais tiver, pior fica para respirar. O de hoje é de 153ug/m³, mas já chegou a ser 160ug/m³ este ano. Como os valores estão bem próximos e o período da tarde normalmente registra o pico de poluição num dia, a tendência é que esta quinta-feira supere marca mais alta registrada e termine como a data de pior qualidade do ar em 2024, segundo previsão do coordenador da estação, o professor Widinei Alves.
Isso só poderá ser confirmado à tarde. A boa notícia é que está previsto o avanço de uma frente fria, que vai ajudar a dissipar a fumaça com umidade e tornar o ar mais limpo para respirar, também de acordo com o coordenador. Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), municípios da região sul de Mato Grosso do Sul podem ter chuva ainda hoje.
Setembro nem terminou e já é o pior mês em qualidade do ar desde que o monitoramento começou a ser feito na Capital, em 2021, alerta ainda a estação.
Fumaça e fogo - A mesma frente fria que se aproxima influenciou o transporte de fumaça para o Estado, explicou ontem (25) Widinei. Ela é emitida por incêndios florestais na Bolívia e na parte oeste de Mato Grosso do Sul, que inclui o Pantanal. No início desta semana, a nuvem cinza começou a vir das queimadas em Goiás e no Mato Grosso.
É uma soma de emissões de diversas origens, que vão chegando conforme a direção dos ventos em cada dia, finaliza o professor.
Com o índice atual em "muito ruim", a recomendação da estação é usar máscara, umidificar ambientes, fazer inalação e evitar fazer atividades físicas ao ar livre.
