
A máfia italiana comprou e importou armas fabricadas no Brasil. É o que revela a denúncia, obtida pela reportagem do UOL, que a procuradoria de Catanzaro, no sul da Itália, ofereceu contra a Ndrangheta, facção que atua na região da Calábria e tem conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e outras organizações criminosas na América Latina. ?
A denúncia, de 13,5 mil páginas, deu origem ao mega julgamento "Rinascita-Scott" que começou em setembro, em Roma, contra 452 pessoas acusadas de serem integrantes da máfia calabresa.
É o segundo maior julgamento da história italiana, atrás apenas do processo contra a máfia siciliana Cosa Nostra, concluído no início de 1990. ?
Por meio de um spyware, um software espião instalado no celular de Gregorio Niglia, um dos acusados, a polícia reconstruiu a importação de armas e drogas do Brasil.
Em 17 de outubro de 2016, os investigadores interceptaram uma conversa ocorrida durante um jantar entre o traficante internacional Bruno Fuduli, o chefão do clã, Giuseppe Antonio Accorinti, e seu braço direito, Antonio Vacatello, ambos denunciados.