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Segunda, 23 de dezembro de 2024

Advogado de Adélio já trocou de celular 'mais de 20 vezes' e diz que não teme PF

Polícia reabriu inquérito para investigar quem pagou a defesa do autor da facada contra Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018

26 de nov 2021 - 10h:34 Créditos: Último Segundo
Crédito: Reprodução

O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, revelou, à coluna da jornalista Mônica Bergamo, que já trocou de celular "mais de 20 vezes" desde o episódio. O advogado ainda afirmou não temer a retomada de investigações sobre seu aparelho.

O defensor de Bispo disse, no entanto, que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar bloquear a devassa, que foi autorizada nesta quinta-feira (25). "Ela é uma agressão a todos os advogados do país. Em meu celular estão conversas com todos os meus clientes, que têm direito à confidencialidade. É uma cláusula absoluta da democracia", afirmou. 

A reabertura do processo sobre a facada vai servir para tentar descobrir se houve um mandante por trás da tentativa de assassinato ou se Adélio agiu sozinho apenas. Além disso, a PF também quer descobrir quem pagou a defesa de Adélio.

Para isso, policiais pretendem analisar dados do celular do advogado de Adélio, além de dados bancários e outras informações. "Eu acredito que não vão encontrar nada", afirmou Zanone. "Eu troco de telefone a cada dois meses", completou.

Ele afirmou ainda que não vai, em hipótese alguma, revelar quem o contratou para defender Adélio Bispo. "Eu já avisei [a quem pagou] que, quanto à confidencialidade, ela está garantida", diz ele. A única pista que ele da sobre o financiador é de que seria uma pessoa ligada a uma igreja frequentada por Adélio Bispo, que o procurou para defender o autor da facada.

Segundo o advogado, houve um acerto para o pagamento de R$ 25 mil reais de honorários, mas apenas R$ 5 mil foram pagos. "Com a confusão que se criou, eu disse na época à pessoa que nem precisava pagar o restante", afirmou.

A investigação sobre a atuação do advogado estava parada desde março de 2019, quando o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) acatou liminarmente um pedido da OAB. No último dia 3 deste mês, a 2ª seção do tribunal suspendeu a liminar, o que permitiu a reabertura do inquérito.


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