Crédito: Divulgação/MPMS A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) aponta que o deputado estadual Neno Razuk (PL) seria o líder da organização criminosa alvo da Operação Successione, que teve 20 prisões e 27 mandados de busca autorizados nesta segunda-feira (24). O grupo, segundo o Ministério Público, atuava para assumir o monopólio da jogatina em Mato Grosso do Sul e expandir o negócio para o estado de Goiás.
As informações constam em decisão da juíza May Melke Siravegna, do Núcleo de Garantias de Campo Grande, que autorizou as prisões preventivas e destacou que a quadrilha manteve suas atividades mesmo após fases anteriores da operação, reorganizando-se para continuar a movimentação criminosa.
De acordo com o MPMS, após a queda da influência da família Name — alvo da Operação Omertà —, o deputado teria atuado, com orientação do pai, Roberto Razuk, para ocupar o espaço deixado pelo grupo rival. A investigação aponta que o esquema envolvia roubos armados, extorsões e a cooptação de ex-integrantes da quadrilha dos Name que não tinham sido presos ou investigados.
O grupo também tinha funções bem distribuídas, incluindo responsáveis por recolhimento e lavagem de dinheiro, instalação de máquinas, articulações políticas e até infiltrados na Polícia Militar, segundo o Gaeco.
Expansão para Goiás
Com base eleitoral e familiar em Dourados, o grupo pretendia avançar para o mercado de jogo clandestino em Goiânia. A investigação aponta que os irmãos Rafael e Jorge Neto Razuk, junto do pai e de Neno, estudavam o contexto do setor em Goiás e chegaram a indicar que a empreiteira Engepar, sediada em MS, participasse de licitações públicas no estado vizinho.
A juíza destacou que havia, inclusive, um investidor disposto a aportar R$ 30 milhões para financiar a expansão do grupo, o que, segundo o Gaeco, poderia desencadear uma "guerra perigosa" no setor do jogo ilegal, com risco à ordem pública.
Operação Successione
A ação já está em sua quarta fase e mira o combate ao jogo clandestino. As diligências ocorreram em Campo Grande, Dourados, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
Entre os presos estão o ex-deputado estadual Roberto Razuk, os filhos Rafael Razuk e Jorge Neto Razuk, além do advogado Rhiad Abdulahad, ligado à família. Neno Razuk foi alvo na fase anterior da operação.



