O engenheiro Paulo José Arronenzi, que matou a mulher a facadas, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, foi transferido da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, na Zona Norte do Rio.
Ele se recusou a prestar esclarecimentos na delegacia e afirmou que só vai se manifestar na Justiça. Paulo José foi detido por guardas municipais após assassinar a ex-mulher na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na véspera de Natal.
Os agentes questionaram se ele estava arrependido de seu ato. Como resposta, apenas chacoalhou os ombros, demonstrando não ter arrependimento e disse preferir morrer.
Em setembro, Viviane registrou um boletim de ocorrência na 77ª DP em Icaraí, Niterói, após ser ameaçada de morte pelo então companheiro. Na ocasião, ela havia comunicado Paulo sobre o desejo de terminar o casamento.
Em depoimento, ela admitiu que o então marido tinha “gênio explosivo”, mas negou que a tivesse agredido anteriormente. Ela disse que não gostaria de vê-lo preso nem de representar criminalmente contra ele. No mesmo dia, a juíza voltou à delegacia para denunciar outra ameaça de Paulo.
Ela repetiu que não desejava que o engenheiro fosse preso, mas, dessa vez, requereu a adoção das medidas protetivas.
O caso foi registrado como lesão corporal e ameaça, ambos no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Após dois meses, Viviane dispensou a escolta que lhe era oferecida pelo TJ-RJ, por uma decisão pessoal.
O presidente do STF, ministro Luiz Fux, lamentou o assassinato da juíza. Em nota, ele disse que o STF e o CNJ estão "consternados e enlutados", mas se comprometem com o desenvolvimento de ações para prevenir e erradicar a violência doméstica contras as mulheres no país.
Segundo dados de 2018 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os companheiros são autores de 88% dos feminicídios no Brasil, a maioria das vítimas é de mulheres negras.