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Quinta, 21 de novembro de 2024

Prefeitos de MS querem prorrogação do decreto de estado de calamidade no país

Mato Grosso do Sul possui 12.270 casos ativos da doença, sendo 11.752 em isolamento domiciliar, e 518 pacientes internados.

27 de jan 2021 - 14h:41 Créditos: O Vigilante
Crédito: Divulgação

Preocupados com o avanço da pandemia do novo coronavírus, os prefeitos querem, entre outras medidas, que o governo federal prorrogue o decreto de estado de calamidade no país.

A manifestação foi feita esta semana pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), que também se diz preocupada com a inexistência de um plano nacional de superação das dificuldades e de retomada do desenvolvimento nesta segunda onda da pandemia, em contraste com as ações adotadas em 2020.

Em âmbito estadual, o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), ex-prefeito de Bataguassu, Pedro Caravina, também se diz extremamente preocupado com as notícias sobre o aumento dos casos de contaminação.

Caravina refere-se ao Boletim Epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (27) pela Secretaria de Estado de Saúde, que registra mais 9 vítimas da doença no Estado, que agora soma 2.848 o número de óbitos. Segundo a pasta, a média móvel indica que cerca de 18 vidas foram interrompidas em decorrência da Covid-19 nos últimos 7 dias.

Mato Grosso do Sul possui 12.270 casos ativos da doença, sendo 11.752 em isolamento domiciliar, e 518 pacientes internados.

O comprometimento dos leitos no Estado segue elevado. A taxa global de ocupação de leitos na macrorregião de Dourados é a mais grave, com 86%, seguida de Campo Grande com 79%, Corumbá 75% e Três Lagoas com 62%.

Carta Aberta

“Consideramos imperativa a adoção de novas medidas emergenciais que respeitem as limitações decorrentes do combate à disseminação do vírus, e que assegurem aos governantes locais o atendimento de suas populações com o mínimo de dignidade”, assina o documento redigido pela CNM.

Ainda segundo a Carta, vivenciamos um momento de extrema dificuldade, uma vez que nossas equipes de saúde estão sobrecarregadas e a expansão rápida do vírus prejudica o planejamento de novas ações para o combate aos efeitos da pandemia. O que está acontecendo na Região Norte do Brasil é a prova do recrudescimento da grave crise sanitária que assola a todos os Estados e que exige a adoção de medidas urgentes que passamos a discorrer”:

1 – Aquisição imediata pelo governo federal de todas as vacinas disponíveis

A vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social do país. Assim, reivindicamos a aquisição imediata de todas as vacinas disponíveis, incorporando-as ao Plano Nacional de Imunização (PNI), para que Estados e Municípios possam vacinar grupos de risco e trabalhadores da linha de frente, diminuindo a circulação do vírus.

Esperamos uma ação urgente e um planejamento efetivo e transparente, cuja ausência impede a previsibilidade na ampliação da demanda pelos serviços de saúde. É fundamental uma prática construtiva imediata, visando à nação brasileira, sem a promoção de disputas políticas, porque nosso fazer político, especialmente neste momento, é uma questão de vida ou morte para a população.

2 – Prorrogação do decreto de estado de calamidade pública no Brasil

O estado de calamidade pública que vigorou no Brasil até 31 de dezembro de 2020, por força do Decreto Legislativo 6/2020, trouxe enormes benefícios de ordem legal e burocrática para o enfrentamento da pandemia de Covid19. Com o seu fim, vários instrumentos fundamentais para a mitigação da calamidade foram interrompidos. Mecanismos como contratações e compras emergenciais, flexibilidade orçamentária e suspensão de impeditivos relacionados à negativação dos Entes foram retirados exatamente quando a pandemia atinge uma escala ainda maior do que a enfrentada no ano passado. Assim, defendemos que o Decreto vigore até que a situação volte à normalidade.

3 – Manutenção do auxílio emergencial

Sabe-se que, para a manutenção do auxílio emergencial, será necessário um extremo esforço fiscal. No entanto, a dificuldade na retomada das atividades econômicas em função da segunda onda da pandemia e a consequente não recuperação dos postos de trabalho, requerem a manutenção dos benefícios, que são cruciais para milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade e um fôlego para a combalida economia, promovendo maior circulação de recursos e a consequente geração de impostos.

4 – Cumprimento da Emenda Constitucional 99/2017

O movimento municipalista, preocupado com o grave problema de liquidez, reivindica que sejam disponibilizadas linhas de crédito para o pagamento dos precatórios, conforme previsto em Emenda Constitucional. Além de injetar recursos na economia, a proposta promove fôlego fiscal aos Municípios, sem risco para a União, visto que tem como garantia o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e outras transferências federais.

5 – Parcelamento especial das dívidas com o RGPS e encontro de contas da previdência entre Municípios e União

Um dos graves problemas fiscais dos Municípios hoje é o endividamento com o Regime Geral de Previdência (RGPS). Por esse motivo, um novo parcelamento especial dessas dívidas é essencial para resgatar a capacidade de ação dos Entes que estão sufocados pela cobrança desses débitos. Em 2020 foi suspensa a cobrança desses débitos, porém, neste ano, o problema retornou agravado. É preciso que o novo parcelamento limite os pagamentos totais a um percentual razoável da receita e desconsidere juros e multas. São centenas de Municípios todos os meses com repasses zerados de FPM por conta das retenções dessas dívidas.

Também é fundamental promover o real encontro de contas, conforme aprovado pelo Congresso Nacional em 2017, a fim de permitir o conhecimento do exato valor devido pelos Municípios brasileiros ao RGPS e, ao mesmo tempo, o valor que o RGPS deve aos Municípios. Nossa expectativa é que, após repactuadas essas dívidas, teremos um alívio do caixa da maioria das cidades do Brasil, promovendo justiça fiscal e liberando recursos preciosos para o enfrentamento da pandemia.

Cumpre-nos, ao encerrar, contar com a sensibilidade das altas autoridades do País, com uma visão de presente e futuro, que passa necessariamente pela viabilidade administrativa, política e financeira dos Entes federados locais, que, ao lado do povo, geram emprego, renda, oferecem educação, saúde, assistência social e fomentam o desenvolvimento. No aguardo do atendimento ao pleito com a agilidade e a presteza indispensáveis ao momento, lembramos que os Municípios são a face visível da Federação brasileira.

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