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Quinta, 21 de novembro de 2024

Bebê de 2 meses não vai para UTI e morre em corredor do pronto-socorro de Corumbá

Criança chegou no local com problema

27 de jul 2022 - 14h:55 Créditos: Correio do Estado
Crédito: Divulgação

Ravy Luiz de Arruda Aldama, com 2 meses de idade, morreu em corredor do pronto-socorro de Corumbá. Ele precisou de atendimento de emergência na segunda-feira (25). 

A família do bebê reclama que faltou atendimento especializado para tentar salvar a criança, que foi levada para a unidade de saúde administrada pela Prefeitura de Corumbá por viatura do SAMU em estado crítico.

Conforme os familiares, a negligência médica ocorreu porque ao chegar no PS, a criança não passou por avaliação médica especializada. 

Ao invés disso, os plantonistas colocaram o bebê em uma maca no corredor da unidade de saúde com um tubo de oxigência e máscara de adulto, que não parava no rosto de Ravy.

Antes que o bebê fosse encaminhado para a UTI na Santa Casa de Corumbá, prédio que fica anexo ao pronto-socorro, ele morreu. 

“Até quando iremos ter que chorar a morte de um filho por negligência desse hospital. Peço a todas as mãezinhas que me ajudem a fazer justiça. Meu filho foi abandonado para morrer no corredor do hospital. Ninguém quis se responsabilizar pela morte do meu filho", relatou Evelyn Amorim, mãe de Ravy.

"Os médicos presentes não quisem assumir pela morte do meu filho. Todas sabemos o descaso dos pediatras dessa cidade. Éstá na hora de fazermos algo. Meu filho tinha apenas 2 meses de vida”.

Ela ainda reclamou que gritou por socorro e alertava para a equipe médica do pronto-socorro que o filho apresentava piora no quadro respiratório.

Mesmo assim, não houve transferência para atendimento especializado. 

“Meu filho foi reanimado na ambulância dos Bombeiros (SAMU), chegando ao hospital, os médicos e enfermeiros do hospital deixaram ele no corredor. Mesmo eu implorando para salvarem ele, deixaram ele no corredor. Só quando viram que ele já estava morto tentaram reanimar. Eles querem inventar motivos para a negligência e o descanso”, criticou.

O bebê foi enterrado nesta terça-feira (26) e a família aguarda aguarda respostas do poder público. 

Para gerar questionamentos na cidade, a mãe da criança divulgou o caso nas redes sociais, em grupos e também circula no whatsapp imagens da criança. 

Ainda não houve registro de boletim de ocorrência, por parte da família, na Polícia Civil.

Registro de óbito apontou que Ravy tinha cardiopatia congênita. Exame do coração do bebê, que foi feito por familiares, indicou normalidade do órgão com oxigenação maior ou igual a 95%. Esse laudo da criança sobre o exame é de 10 de maio de 2022.

Como não ocorreu registro policial do caso, o corpo do bebê não passou por necrópsia no Instituto Médico Legal que pode indicar causas da morte.

Nesta quarta-feira (27) pela manhã, mais de um dia após a morte, a Prefeitura de Corumbá emitiu nota para justificar os procedimentos realizados e sustentou que não houve negligência médica. 

Ainda detalhou que aguardava vaga para transferência à UTI. 

Ainda informou que Ravy testou positivo para covid-19. Não houve detalhamento sobre o motivo de a criança não ter sido transferida para uma UTI infantil na Santa Casa. 

No boletim do governo municipal para a covid-19, o óbito de Ravy não foi relatado até este dia 26, último documento emitido.

“A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que 4 médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente. O óbito foi constatado às 20h10, por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica. Ressalta-se que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos. A criança esteve a todo momento acompanhada pela mãe”, alegou a Prefeitura, em nota.

Leia a nota da Prefeitura de Corumbá na íntegra

Inicialmente, a Administração municipal manifesta à família e amigos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pêsames pela sentida perda. 

Por determinação do prefeito Marcelo Iunes, o caso está sendo apurado e, se necessário, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que no último dia 25, uma criança foi levada pelos pais ao SAMU. 

Ao chegar no local a mesma foi prontamente atendida, pelo médico e pela enfermeira de plantão, a mesma estava engasgada e cianótica (com a pele arroxeada). 

A equipe realizou manobra de desengasgo, ofertou oxigênio e foi transportada em uma ambulância de Suporte Avançado para o Pronto Socorro.

Às 18h45, ao chegar no PS, a mesma foi imediatamente encaminhada para a Sala de Emergência, apresentando cansaço, dispineia e saturando 92 em ventilação ambiente. 

Foi utilizado oxigênio em máscara infantil, realizado exame de Raio-X (momento no qual foi feito o registro fotográfico que circula na internet), coletado RT-PCR para Covid-19, no qual o resultado foi POSITIVO, e acesso venoso para medicação. 

Às 19hs foi inserido no sistema do Núcleo de Regulação Hospitalar a solicitação de vaga para internação pediátrica.

Às 19h35, ainda em atendimento, a criança teve uma parada cardiorrespiratória e foi entubada. A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que 4 médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente. 

O óbito foi constatado às 20h10, por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica.

Ressalta-se que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos. A criança esteve a todo momento acompanhado pela mãe.*

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