A Polícia Civil (PC) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), a operação ‘Corujão’, que visa combater o crime de estelionato. Conforme informações da corporação, a organização criminosa investigada chegou a obter movimentação financeira superior a R$ 2 bilhões em três anos.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e outros dois de prisão preventiva em Goiânia. A PC divulgou a identidade dos investigados a fim de encontrar novas vítimas do grupo criminoso.
O delegado Sérgio Henrique Alves, responsável pelo caso, afirma que no dia primeiro de julho a dupla investigada foi até um posto da rede Korujão com uma nota de requisição falsa e conseguiu levar o equivalente a R$ 27 mil em combustível.
A PC suspeita que o combustível roubado em Hidrolândia era vendido para um posto em Anápolis. De acordo com o delegado, a dupla também realizava golpes não virtuais, em pessoas físicas, fazendo uso de cartões e documentos falsos.
O delegado segue explicando que a dupla, que foi presa na manhã desta quinta-feira (27), está ligada a um grupo criminoso de ação a nível nacional. “Descobrimos que eles estão envolvidos com uma organização criminosa bem robusta”, explicou. Na sequência, Alves revela que existem “várias vítimas que ainda não foram identificados”, já que o grupo está em ação desde 2001.
Durante depoimento à PC, os suspeitos permaneceram em silêncio.
E-mails falsos
Explicando o modo que o grupo operava, o delegado Alves afirmou que as notas falsas usadas para subtrair o combustível pareciam reais, pois a dupla sequestrou dados da própria transportadora que mantinha relações com a rede Korujão. “A transportadora é cliente do posto, ela abastece no posto, ela tem uma requisição…”, resumiu.
O grupo fazia disparos de mensagens para empresas e pessoas físicas e, após as vítimas acessarem os links enviados, os dados financeiros verdadeiros eram sequestrados. Com essas informações, a organização criminosa conseguia fazer movimentações bancárias e até abrir novas contas usando as informações roubadas.
Apesar dos itens apreendidos na manhã desta quinta-feira (27) ainda não terem passado por análise, o delegado Alves revela que durante abordagem foi encontrado um computador usado para os disparos de e-mails spam ainda em funcionamento.
Ele entra no seu computador e puxa os dados financeiros e a partir daí eles fazem movimentação bancária, fazem contas no seu nome…”, explicou.
Ainda não se sabe o tamanho da organização ou a quantidade de vítimas feitas ao longo desses 22 anos de ação.